Indústria fecha primeiros oito meses com crescimento de 1,5%

A taxa acumulada nos últimos 12 meses, no entanto, contínua negativa e fechou agosto em -0,1%, prosseguindo com a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016

Postado em: 04-10-2017 às 06h00
Por: Guilherme Araújo
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A taxa acumulada nos últimos 12 meses, no entanto, contínua negativa e fechou agosto em -0,1%, prosseguindo com a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016

A produção industrial brasileira encerrou o mês de agosto
com queda de 0,8%, frente a julho, na série com ajuste sazonal, mas fechou os
primeiros oito meses do ano (janeiro-agosto) com crescimento de 1,5%. A queda
de julho para agosto frente ao mês imediatamente anterior interrompe quatro
meses consecutivos de expansão na produção, período em que a indústria acumulou
crescimento de 3,3%.

Os dados relativos à Pesquisa Industrial Mensal Produção
Física – Brasil foram divulgados ontem (3) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que na série sem ajuste sazonal,
confronto com igual mês do ano anterior, a indústria cresceu 4% em agosto deste
ano, após também registrar taxas positivas em maio (4,5%), junho (0,9%) e julho
(2,9%).

A taxa acumulada nos últimos 12 meses, no entanto, contínua
negativa e fechou agosto em -0,1%, prosseguindo com a redução no ritmo de queda
iniciada em junho de 2016, quando o setor fechou com queda de -9,7%.

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Queda

A queda de 0,8% na produção industrial do país de julho para
agosto deste ano teve como principal contribuição o setor de produtos
alimentícios que chegou a retrair 5,5% e , depois de três meses consecutivos de
crescimento, foi o que mais contribuiu para a queda do índice, seguido por
máquinas e equipamentos (3,8%); coque, produtos derivados do petróleo e
biocombustíveis (1,6%) e indústrias extrativas (1,1%).

A produção de açúcar foi determinante para a retração do
setor alimentício em agosto, como explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Para ele, o produto foi determinante tanto para as altas para as altas
registradas anteriormente na indústria de alimentos quanto para a queda de
agosto.

“O açúcar é um produto com peso nesse setor. Sua produção
foi favorecida pela antecipação da moagem da cana, em decorrência do clima seco
que predominou nas regiões Centro-Oeste e Sudeste nos últimos meses”.

Abaixo do nível recorde

O gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André
Macedo, ressalta o fato de que mesmo com o crescimento acumulado de 1,5% nos
primeiros oito meses do ano, a indústria brasileira ainda encontra-se muito
abaixo do nível recorde do parque fabril do país, que foi 17,8%, registrado em
junho de 2013.

“O ganho de ritmo observado na produção a partir de novembro
de 2016 contribuiu para recuperar apenas uma parcela das perdas dos últimos
anos. É bom lembrar que ainda estamos 17,8% abaixo do nível recorde alcançado
em junho de 2013”, explicou.

Os dados divulgados pelo IBGE indicam que a queda da
atividade industrial na passagem de julho para agosto alcançou duas das quatro
grandes categorias econômicas e oito dos 24 ramos pesquisados.

Entre as grandes categorias econômicas, as quedas foram
verificadas em bens intermediários, que ao retrair (1%), interrompeu quatro
meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou expansão
de 3,6%; e em bens de consumo semi e não-duráveis, que com a retração de 0,6%
voltou a recuar após mostrar ganho de 3,2% entre os meses de maio e julho.

A expansão mais significa foi 4,1% registrada pelo segmento
de bens de consumo duráveis, que intensificou o crescimento de 2,9% verificado
no mês anterior. O setor produtor de bens de capital, ao crescer 0,5%, também
registrou resultado positivo em agosto e apontou o quinto mês seguido de
crescimento na produção, com ganho acumulado de 10,2%. (Agência Brasil)

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