Taxa de desemprego volta a apresentar queda após ascensão que durou mais de dois

Expectativa de estabilidade da inflação futura abre espaço para a retomada produtividade no Brasil, mostra análise do Ceper/Fundace

Postado em: 04-10-2017 às 15h00
Por: Lucas de Godoi
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Expectativa de estabilidade da inflação futura abre espaço para a retomada produtividade no Brasil, mostra análise do Ceper/Fundace

Após passar de 6,5% em dezembro de 2014 para 13,7% em março
de 2017 – um incremento de 7,2 pontos percentuais –, a taxa de desemprego
apresentou queda. Influenciada pelo aumento da informalidade no mercado de
trabalho, a taxa de desemprego no Brasil caiu 0,8 ponto percentual em relação
ao trimestre encerrado em abril deste ano e fechou o período de maio a julho em
12,8%, o que representa um total de 13,3 milhões de desempregados.

“No contexto de crise econômica e consequente falta de
oferta de empregos formais, a maioria dos 721 mil brasileiros que deixaram a
fila do desemprego no trimestre encerrado em julho o fez via informalidade”,
analisa o pesquisador do Ceper/Fundace Luciano Nakabashi, coordenador do
Boletim Conjuntura Econômica, que também traz dados sobre o PIB, expectativas
de mercado, Índice de Confiança do Consumidor.

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A queda da taxa real de juros devido à redução da taxa Selic
e à estabilidade da expectativa de inflação futura abrem espaço para a retomada
da demanda e, portanto, da atividade produtiva no País no segundo semestre de
2017 e ao longo de 2018.

Em boletim divulgado em setembro pelo Banco Central, a
expectativa de crescimento do PIB para 2017 era de 0,6%, enquanto que para
2018, a expectativa era de 2,1% – ambas superiores aos valores registrados em
semanas anteriores. “Tal melhora é reflexo, em grande medida, da divulgação do
PIB do segundo trimestre de 2017, que trouxe números acima dos esperados pelos agentes”,
justifica Nakabashi.

A expectativa de inflação acumulada em 12 meses para o fim
de 2017 é de 3,08% e  para 2018 de 4,33%.
Sobre as contas do governo, as expectativas mais recentes são de déficit
primário de 2,45% do PIB em 2017 e 2,26% do PIB em 2018. O déficit do saldo em
conta corrente esperado atualmente é um pouco inferior ao registrado três meses
atrás, tanto para o fim de 2017 quanto para o fim de 2018.

No segundo trimestre de 2017, o PIB brasileiro a preços de
mercado apresentou crescimento de 0,23% quando comparado ao segundo trimestre
do ano anterior, de acordo com dados do IBGE. O valor adicionado a preços
básicos teve alta de 0,3%, enquanto que os impostos e subsídios se mantiveram
praticamente estáveis (crescimento de 0,1%).

Dentre os setores econômicos, o que mais contribuiu para
este crescimento foi a Agropecuária, que registrou crescimento de 14,9% em
relação ao mesmo período de 2016. Esse crescimento é explicado pela boa safra e
pelo aumento de produtividade apontado no Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA/IBGE – julho 2017). Além disso, parte dos produtos agrícolas
tiveram aumento de preços.

Por outro lado, a Indústria sofreu uma queda de 2,1%. Neste
segmento, o destaque negativo ficou com a construção que registrou retração de
7% no valor adicionado. A indústria extrativa mineral, por sua vez, registrou
expansão de 5,9% após alta da extração de petróleo, gás natural e minérios
ferrosos.

Por fim, o setor de Serviços, também apresentou pequena
variação negativa em relação a 2016 (-0,3%).

Fonte: Ceper/Fundace 

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