Preço do petróleo dispara devido a guerra entre Ucrânia e Rússia

O conflito no Leste Europeu tem gerado grandes impactos, principalmente no preço do barril de petróleo em todo o mundo

Postado em: 05-03-2022 às 17h00
Por: Vitória Bronzati
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O conflito no Leste Europeu tem gerado grandes impactos, principalmente no preço do barril de petróleo em todo o mundo | Foto: Reprodução

O nono dia de conflito entre Rússia e Ucrânia já provocou inúmeros reflexos na economia não só nos países envolvidos na guerra, mas de todo o mundo. Na última quinta-feira (3), o preço do barril de petróleo fechou aos US$ 110 no mercado britânico, após quase encostar em US$ 120. O valor atual não era registrado desde o episódio geopolítico envolvendo a Rússia, em 2014 – ano de anexação da Crimeia, uma península da Ucrânia por parte da Rússia. 

Além do aumento no preço do barril de petróleo, o gás natural e o alumínio alcançaram os valores máximos históricos, e o níquel o maior preço em uma década, causando temores e rumores de uma possível interrupção no abastecimento destas matérias-primas e de energia. Mesmo com a disparada dos valores devido ao conflito, os 23 países da Opep+ decidiram manter a política de aumento, mesmo que simples, da produção de petróleo.

O aumento do preço do barril fez com que os Estados Unidos e outras grandes potências consumidoras de petróleo liberassem cerca de 60 milhões de barris de petróleo do estoque de emergência na esperança de frear o aumento dos preços. Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados movimentaram e concordaram com a adição na produção do óleo no próximo mês em cerca de 400 mil barris por dia.

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Muitos especialistas acreditam que os preços devem continuar subindo enquanto durar o conflito devido ao uso de materiais de reserva. A pressão inflacionária já vinha causando impactos nos preços, forçando os bancos centrais do mundo a aumentar a taxa de juros para conter o aumento.

Mesmo com a resolução e o fim do conflito, a Rússia não será mais como era antes na esfera diplomática, uma vez que, haverá dificuldades em negociações que devem permanecer limitadas de curto a médio prazo.

Rússia: maior produtora e exportadora de petróleo no mundo

É importante ressaltar que a Rússia é o segundo maior produtor e exportador de petróleo no mundo junto com a Arábia Saudita, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Além disso, o país eslavo é o maior fornecedor de gás natural para a Europa, sendo provedor de 35% de todo o consumo do continente. Com as sanções econômicas impostas, a oferta dos derivados de petróleo diminuiu, causando, assim, o aumento do preço para o consumidor.

Os commodites fornecidos pela Rússia, além do petróleo, são muito maiores que os de 1990. Portanto, as medidas que podem paralisar diretamente ou indiretamente as exportações gerando distorções de preços pelo mundo.

Outro ponto importante a ser citado é os investimentos russos feitos com a China nos últimos quatro anos, podem ser uma opção importante para poder ‘escoar a produção’ do país, evitando que seja direcionado para os demais países Europeus e pressionarem o todo o mercado global.

Elevação de preço no Brasil

Com a elevação das cotações, a defasagem dos preços no Brasil comparado ao exterior deve crescer, pressionando a Petrobras para reajustar os valores cobrados em todo o país. A diferença no valor da gasolina é de R$ 0,50 por litro. Vale lembrar que a última vez que houve alteração na tabela de preços foi em janeiro.

À medida que o Brasil depende da importação de petróleo e derivados e a condição restrita de refino, o país fica sujeito às condições de oferta no mercado mundial e à variação do valor do dólar no mercado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, manifestou preocupação com a escalada de preços. Além disso, o ministro disse que a inflação brasileira, que ainda está no patamar de 10% ao ano, é resultado da inflação global e deve diminuir ao longo de 2022. O ministro utilizou como argumento, a inflação dos Estados Unidos, que chegou em 7,5% – maior taxa desde 1982.

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