Da química para cozinha: ex-professora faz sucesso na doceria

Existem diversos exemplos de mulheres que mudaram suas vidas indo atrás dos seus sonhos, conheça a história de uma delas.

Postado em: 12-03-2022 às 10h41
Por: Cecília Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: Da química para cozinha: ex-professora faz sucesso na doceria
Existem diversos exemplos de mulheres que mudaram suas vidas indo atrás dos seus sonhos, conheça a história de uma delas | Foto: Reprodução

Mulheres lideram 10,1 mil de empreendimentos no Brasil, de acordo com levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) a porcentagem de mulheres donas do próprio negócio é 34%, não é o maior número da história, mas o melhor desde o começo da pandemia do Covid-19.

Existem diversos exemplos de mulheres que mudaram suas vidas indo atrás dos seus sonhos. Moema Gonçalves, que em 2017 largou as salas de aula e voltou para o que realmente amava fazer, a doceria.

Seu negócio não aconteceu do nada, quando ainda tinha 15 anos começou a fazer doces e vender e mesmo quando se mudou de Pires do Rio, cidade no sudeste goiano, para fazer faculdade de química industrial na Universidade Estadual de Goiás em Anápolis ainda vendia. Mas depois de formada, dando aulas, casada e com filhos a doceria ficou distante.

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Mulheres lideram milhares de empreendimentos no Brasil, mostra pesquisa | Foto: Arquivo Pessoal

Em 2017 ela decidiu que valia a pena retornar, deixou as aulas de química e foi fazer química dentro da sua cozinha e teve apoio da sua família.Nessa época ela já tinha retornado a Pires do Rio, uma cidade de interior onde a maioria dos comércios estão presos na fidelidade de anos. No começo ela fazia tudo ali mesmo sozinha ou recorrendo a pessoas próximas quando necessário.

Cinco anos se passaram e hoje ela continua em sua casa, mas a estrutura mudou muito. Depois de reformas, ela dispõe de três cozinhas equipadas com todo o equipamento necessário para produzir em média 40 bolos semanais, além dos doces tradicionais, personalizados e finos.

Hoje ela comanda uma equipe com cinco funcionários. Ela conta que mesmo optando por continuar em sua casa isso dificulta a saber a hora de parar, “Minha maior dificuldade no meu negócio é controlar o tempo de trabalho, nas quintas e sextas trabalho em média 18h por dia”.

Um dos pontos principais para o negócio se manter atual e relevante é continuar com os cursos profissionalizantes, o levantamento do Sebrae também apontou que a escolaridade de mulheres no empreendedorismo aumentou.

Com a Moema não é diferente, além de já ser mestre em química industrial, ela sempre está fazendo cursos para melhorar suas técnicas, “Já fiz vários cursos, mas o que mais me marcou foram os cursos do Ricardo Arriel”, conta ela sobre o curso do mestre em confeitaria que dá vários cursos de gestão e gastronomia.

Pelo mundo das festas ser majoritariamente feminino ela diz não ter problemas por ser uma mulher à frente de um negócio. A pesquisa do Sebrae mostra que apenas 21% das proprietárias vão para o setor de construção, área bem mais masculinizada.

Diferente de muitas pessoas, Moema teve aumento nas vendas, isso porque muitas pessoas dentro de casa recorreram aos doces para acalmar a ansiedade, só os bolos tiveram menos saída pela falta da reunião das pessoas para as comemorações.

Em 2020 o número de empreendedoras caiu para 8,6 milhões, a alta só voltou esse ano. Enquanto hoje 34% de participação das mulheres empreendedoras no universo de donos de negócio no Brasil. O número melhorou, mas no 4º bimestre de 2019 a porcentagem era 34,8%.

Nos serviços como o dela, conquistar a fidelidade do cliente é fundamental. “Os casamentos sempre tem um encanto no trabalho, poder fazer parte do sonho de duas pessoas, o mais legal é que depois dos casamentos as pessoas continuam fazendo os mesversários dos filhos, aniversários”, conta.

Moema Gonçalves é o tipo de empreendedora que dá 110%, como tantas mulheres que tem que reafirmar sua competência todos dias. Além de empreendedora, ela é mãe e esposa, uma das coisas que a incentiva a trabalhar em casa. 

Hoje aos 37 anos ela diz: “Me sinto realizada com meu trabalho, quando eu entro na cozinha meu coração enche de paz”. Assim como muitas mulheres, ela se descobriu no empreendedorismo, fazendo aquilo que realmente a faz feliz.

Em Goiás

Com o aumento do público feminino em direção a empresa no Brasil fez com que surgissem linhas de crédito específicas. A GoiásFomento investiu mais de R$ 27 milhões entre março e outubro de 2020 por meio do programa Mulher Empreendedora.

Outras instituições também têm investido para estímulo e apoio de mulheres que querem empreender. O Sebrae mesmo tem o programa Sebrae Delas, que estimula negócios que têm à frente mulheres a se tornarem cada vez mais competitivas no mercado.

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