Pesquisa mostra que 84% da população consideram o Brasil um país burocrático

A pesquisa foi realizada em duas frentes: foram ouvidas 1200 pessoas em âmbito nacional e 452 indústrias no estado de São Paulo, entre os dias 1º e 11 de fevereiro de 2017

Postado em: 17-10-2017 às 13h30
Por: Márcio Souza
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A pesquisa foi realizada em duas frentes: foram ouvidas 1200 pessoas em âmbito nacional e 452 indústrias no estado de São Paulo, entre os dias 1º e 11 de fevereiro de 2017

Uma pesquisa feita pela Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostrou que a maioria da
população (84%) considera o Brasil um país burocrático. Já os que consideram o
país pouco burocrático somaram 9% do total. De acordo com o levantamento, 75%
das pessoas acreditam que o excesso de burocracia pode ser prejudicial e um
mecanismo de estímulo à corrupção. Outros 78% consideram que os entraves
dificultam o desenvolvimento do país e 77% a compra de bens.

A pesquisa foi realizada em duas
frentes: foram ouvidas 1200 pessoas em âmbito nacional e 452 indústrias no
estado de São Paulo, entre os dias 1º e 11 de fevereiro de 2017.

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De acordo com o levantamento,
para 65% das pessoas entrevistadas, o combate à burocracia deve ser priorizado,
com a adoção de medidas como a redução da quantidade de leis e normas vigentes,
a definição de datas para mudança de suas regras ou de sua aplicação, a
simplificação da linguagem e a comunicação dos custos que as novas regras devem
gerar. Aqueles que concordam que o governo tem sido capaz de implementar
políticas de desburocratização são 36%.

As maiores dificuldades causadas
pelo excesso de burocracia foram sentidas com relação ao acesso à Justiça
(61%), à realização de reclamação em órgãos de defesa do consumidor (56%) e a
solicitação ou cancelamento de serviços de água, luz, telefonia, internet,
entre outros serviços.

Indústrias

Para 83,2% das 452 empresas
participantes da pesquisa, o alto custo Brasil já foi impeditivo para o início
ou a expansão de seus negócios. Para 90,2%, o excesso de burocracia dá espaço
para a corrupção e para 94,7%, dificulta o desenvolvimento econômico e o
ambiente de negócios no Brasil. Aqueles que consideram que a burocracia tem
impacto na competitividade das empresas são 91,4%.

Para 71,5%, o governo não tem
sido capaz de implementar políticas de desburocratização e 52,4% acham que não
há espaço para manifestação quando há mudanças importantes nas leis e políticas
que afetam o setor privado. Por isso, 75,3% consideram que as federações e
associações empresariais são importantes para melhorar a relação entre a
burocracia estatal e o setor privado.

A pesquisa aponta ainda que 84,3%
das empresas responderam que os principais impactos da burocracia sobre as
empresas são o aumento do custo de gestão dos processos empresariais, 69,5% o
aumento excessivo das estruturas não ligadas diretamente à produção, e 48,2% o
aumento de ações judiciais ou administrativas por erros no cumprimento das
obrigações (48,2%).

Para facilitar procedimentos e
reduzir gastos com burocracia, as empresas indicaram como medidas a que redução
da quantidade de normas existentes (82,5%), a simplificação da linguagem
(64,8%) e a informação de quanto as nova regra custará para o país (36,1%).
Além disso, para criar um ambiente mais propício aos negócios, as empresas
sugerem, prioritariamente, evitar a apresentação de informações repetidas ao
governo (74,1%), criar um registro único de regularidade fiscal (63,7%) e
estabelecer prazos máximos para que um requerimento seja concedido (42,7%).

Para o presidente da Fiesp e do
Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, a burocracia
engessa a economia e rouba tempo de quem quer empreender. “É muita exigência,
muita complicação. O governo não pode pesar nas costas de quem produz. É
preciso simplificar para que o país retome seu desenvolvimento, fique mais
competitivo e gere empregos”, afirmou. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Agência Brasil

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