Apartamentos compactos são tendência no mercado imobiliário goiano

Arquitetos e designers de interiores estão se especializando na criação de imóveis compactos, sem deixar de lado o conforto e a decoração de alto padrão

Postado em: 19-03-2022 às 13h00
Por: Ícaro Gonçalves
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Arquitetos e designers de interiores estão se especializando na criação de imóveis compactos, sem deixar de lado o conforto e a decoração de alto padrão | Foto: Reprodução

A venda de apartamentos compactos de alto padrão está em alta e tem se tornado tendência no mercado imobiliário goianiense. Dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), anteriores à pandemia de Covid-19, mostram que as vendas de unidades com apenas um quarto em 2020 foram de 1.636 unidades, um aumento de quase cinco vezes em relação a 2019, quando foram comercializadas 347 unidades. Os compactos têm ganhado a preferência daqueles que preferem passar mais tempo fora de casa, especialmente jovens e adultos solteiros.

Inúmeros fatores podem explicar o aumento das buscas pelos compactos de luxo. Para Marcelo Moreira, diretor de Marketing, Comunicação e Eventos da Ademi-GO, o principal motivo é a mudança nas configurações familiares e no comportamento das sociedades. “As famílias estão tendo menos filhos, o que possibilita a moradia em residências menores. Além disso, vemos muitas pessoas morando sozinhas e buscando seu próprio espaço. Para essas pessoas, os compactos são uma boa opção, tanto para moradia quanto para investimento”, disse Marcelo em entrevista ao jornal O Hoje.

Outro fator para o aumento das vendas é o menor valor em comparação aos imóveis de metragem convencional. O metro quadrado nas capitais ou cidades mais habitadas é cada vez mais valioso, principalmente nos bairros próximos ao Centro ou parques ambientais. Em Goiânia, até 2021, um imóvel era vendido com o metro quadrado custando em média R$ 4.483, conforme levantamento da FipeZap. 

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Embora a média de preços do metro quadrado em Goiânia seja menor do que em outras capitais, os valores podem pesar no bolso dos compradores, ainda mais com os juros dos financiamentos imobiliários chegando próximo dos 10% ao ano. A solução encontrada é a encomenda de unidades com até 45 m² de área útil, pensados também para aqueles com menor poder aquisitivo, ou para quem não tem muito tempo para ficar em casa.

Por fim, a oportunidade de investimentos lucrativos, especialmente para quem deseja usar o imóvel para locação mensal ou por temporada, é outro ponto que desperta interesse. Por conta da alta procura, os compactos ficam pouco tempo desocupados, especialmente aqueles que já são mobiliados e decorados. Além disso, a baixa manutenção dos apartamentos pequenos é um forte atrativo para quem procura uma moradia para alugar. “Um imóvel menor tem manutenção mais barata em limpeza, condomínio e outros custos, o que atrai muitos interessados e os tornam boas oportunidades de investimentos”, afirmou Marcelo Moreira.

Características

Algumas questões devem ser levadas em conta na hora de se escolher entre um compacto, ou um imóvel convencional. O primeiro deles é o tamanho da área útil. Nos imóveis de até 45 m² as áreas serão reduzidas, porém isso não significa falta de espaço ou ambiente apertado. Cada vez mais os arquitetos e designers de interiores estão se especializando na criação de soluções inteligentes para o aproveitamento estratégico de cada centímetro disponível.

A integração de ambientes é outra questão preponderante. Por serem pequenos, é normal que os compactos tenham poucas paredes. A ideia é ter um espaço básico e descomplicado para dormir, tomar banho e trocar de roupa. Em alguns casos, a cozinha se resume apenas a um forno de microondas e a uma minigeladeira, já que o costume de consumir em restaurantes e deliverys tem se tornado cada vez mais comum.

A área de serviço geralmente é inexistente, o que desagrada alguns interessados. Entretanto, principalmente nos novos condomínios, o mais usual é que a lavanderia seja comunitária, aos moldes da “economia colaborativa”, outra tendência do setor. “Você não consegue reter tudo dentro de um apartamento de 30 ou 35 m². Então o proprietário não precisa ter necessariamente uma máquina de lavar roupas em casa. O prédio passa a ter espaços colaborativos, como uma lavanderia comunitária e um escritório coorworking”, destaca Marcelo.

No mundo

Este estilo de morar já é conhecido em outras megalópoles pelo mundo afora, como por exemplo, em Nova York, Tóquio e Londres. Em São Paulo, os compactos já representam metade dos lançamentos imobiliários. Recentemente, a venda de um supercompacto em Londres chamou atenção da imprensa internacional. Um apartamento com apenas 7 m² foi anunciado por £ 50 mil, o que representam R$ 350 mil.

O imóvel minúsculo tinha espaço apenas para uma cama, pia, micro-ondas, um mini banheiro com vaso sanitário e chuveiro, além de pequenas cômodas. O imóvel está localizado no primeiro andar de um prédio vitoriano em Lower Clapton, bairro situado na zona leste de Londres. Durante 2021, o apartamento foi alugado pelo atual proprietário para inquilinos pelo valor de £ 800 mensais, ou R$ 5.550.

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