China suspende importações de frigorífico de Goiás por embalagens contaminas pela Covid-19
Entre janeiro e dezembro, os chineses representaram 40% das exportações goianas foram destinadas à China, que incrementou quase 4 bilhões de dólares na economia.
Por: Rodrigo Melo
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A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) proibiu as importações de carne bovina do frigorífico da JBS de Mozarlândia, em Goiás, desde segunda-feira (14). O veto de uma semana, foi justificado pelos chineses por terem encontrado vestígios de Covid-19 nas embalagens de produtos destas empresas.
A alfandega chinesa também proibiu as compras de carne da unidade do Frialto, em Matupá (MT). O jornal O Hoje entrou em contato com a assessoria de imprensa da JBS e da Frialto, mas que até o momento não houve nenhuma resposta sobre o ocorrido.
Impacto econômico
A China é o maior importador da carne bovina e suína do Brasil. Em Goiás, entre janeiro e dezembro, os chineses foram os principais importadores de insumos do Estado, segundo os dados da Balança Comercial do Estado de 2021. O levantamento mostra que 40% das exportações goianas foram destinadas à China, que incrementou quase 4 bilhões de dólares na economia goiana.
No entanto, para o analista de mercado do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) Marcelo Penha, os impactos econômicos devido a suspensão devem ser mínimos, já que “a JBS entre outros frigoríficos do Brasil, tem habilitação tanto de mercado externo quando interno. Quando há suspensão como essas, é feito o remanejamento do produto para dentro do Brasil”, aponta Marcelo.
Segundo o analista, o mercado interno representa de 75% a 80% do consumo de carne. Ele acrescenta que as indústrias de produção de carne bovina têm o “mercado aquecido”, exportando para a Europa, Ásia e países da América do Sul como Uruguai e Argentina.
Suspensões anteriores
Os embargos da China têm acontecido desde 2020, quando começou a pandemia da Covid-19 no mundo. Na época, a China suspendeu a importação de unidades da JBS e uma de carne suína da Aurora.
No final de junho de 2020, a China suspendeu a habilitação de três abatedouros que estavam autorizados a exportar para o país e registraram casos de Covid-19 entre funcionários. Semanas antes, quatro frigoríficos brasileiros tiveram a licença de exportação para a China retirada, pelo menos temporariamente.
Dos abatedouros suspensos, o da JBS foi a único a ter a licença suspensa por decisão do governo brasileiro, mas apenas porque a unidade está paralisada pela Justiça do Trabalho naquele período.