Entenda se o preço dos combustíveis pode mudar com indicação de Adriano Pires para a presidência da Petrobras

Depois de uma série de aumentos no preço dos combustíveis, o governo federal decidiu trocar o comando da Petrobras. O general Joaquim Silva e Luna deixará o posto, e a cadeira será repassada ao economista Adriano Pires de Andrade, especialista em geração de energia. A decisão pela demissão de Silva e Luna foi tomada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (28/3).

A passagem de quase um ano do general Joaquim Silva e Luna pela presidência da Petrobras não vai deixar boas lembranças para o bolso dos motoristas e nem para a economia do país. Desde que ele assumiu o comando da estatal, em meados de abril do ano passado, o preço médio cobrado pelo litro da gasolina nos postos subiu 32,5%, de R$ 5,441 para R$ 7,21, e o do diesel saltou 56,1%, de R$ 4,204 para R$ 6,564. 

De acordo com cálculos realizados com base nos levantamentos semanais de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), divulgados nos dias 18 de abril de 2021 e 25 de março de 2022, é possível afirmar que os motoristas passaram a desembolsar, em média, R$ 360,50, valor R$ 88,45 maior do que na semana em que Silva e Luna chegou à estatal.

O posto deve ser assumido pelo economista Adriano Pires, nome indicado para ser avaliado pelo Conselho de Administração da estatal. A troca no comando da empresa era discutida desde a semana passada, após os aumentos recentes no preço dos combustíveis devido à valorização do petróleo no mercado internacional.

Quem é Adriano Pires?

Com mais de 40 anos de experiência, ele estava sendo ventilado para o cargo havia duas semanas. Graduado em economia, Adriano Pires tem doutorado em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII, mestrado em Planejamento Energético. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, ele precisará passar pelo crivo do conselho de administração da empresa.

O economista também acumulou experiências como consultor do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nas suas últimas declarações públicas, Pires defendeu a criação de fundo de estabilização para evitar repasses de preço ao consumidor nos momentos de forte alta da cotação do petróleo.

“O fundo não vai resolver o problema de aumento do preço do combustível; mas s ele vai ajudar em duas coisas: diminuir a volatilidade, ou seja, não vai haver um repasse tão rápido para o consumidor. E pode reduzir um pouco o preço”, afirmou Pires durante entrevista em novembro do ano passado ao G1.

Desde o governo Michel Temer, a Petrobras alterou a sua política de preços de combustíveis para seguir a paridade com o mercado internacional. No Brasil, portanto, o preço dos combustíveis é influenciado, sobretudo, pela cotação do dólar e pelo valor do barril no mercado internacional.