Pesquisa aponta que mais de 50% das famílias precisaram de dinheiro para emergências em 2021

Levantamento foi realizado em novembro de 2021, com 5.878 pessoas das classes A, B, C e D/E

Postado em: 29-03-2022 às 17h38
Por: Maria Paula Borges
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Levantamento foi realizado em novembro de 2021, com 5.878 pessoas das classes A, B, C e D/E | Foto: reprodução

As finanças dos brasileiros em 2021 foram fortemente impactadas, de forma negativa, pela pandemia da covid-19. Com isso, 54% da população precisou de dinheiro para alguma emergência no ano passado, segundo a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha.

Foi observado que o maior percentual é nas classes A e B, que representam um quarto dos entrevistados. No grupo, 58% tiveram que buscar recursos para uma urgência e 45% retiraram dinheiro de aplicações financeiras ou de outras reservas que tinha antes da pandemia.

Em relação ao cheque especial, o limite dos cartões de crédito e até novos empréstimos foram a segunda principal ferramenta financeira utilizada por pessoas dessa faixa de renda, representando 28%. Para 13% dos entrevistados das classes AB, a alternativa foi a venda de algum bem para buscar recursos para emergências no ano passado.

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Ao analisar as respostas de pessoas da classe C, o comportamento é parecido, uma vez que 57% precisaram realizar alguma atitude para ter dinheiro para emergências e 43% retiraram recurso de suas aplicações ou reservas, além de 28% que recorreram ao cheque especial ou cartão de crédito e 14% venderam algum bem.

Pessoas das classes D e E tiveram que arranjar dinheiro para urgências em 2021, mas o percentual de pessoas impactadas foi menor que as outras faixas de renda, representando 45%.

De acordo com dados inéditos do Raio X do Investidor Brasileiro mostram que para 29%, os recursos vieram de investimentos como poupança, fundos e capitalização, e/ou outras reservas realizadas antes de 2020. Além disso, para 21% vieram de novos financiamentos, cheque especial e rotativo do cartão de crédito. Ainda no grupo, 14% dos que tinham algum bem optaram por vendê-lo para cobrir as despesas de última hora.

Segundo Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores de Anbima, a reserva de emergência é constituída para imprevistos, sendo possível classificar os reflexos da pandemia sobre o bolso de milhares de brasileiros e brasileiras de todas as classes sociais.

“Mas ainda é grande o número de pessoas que recorre ao cheque especial, que é um dos instrumentos de crédito mais caros do mercado. Isso indica que precisamos avançar na educação financeira, tanto para ajudar as pessoas a se prepararem melhor para situações de emergência quanto para ensiná-las a identificar instrumentos de crédito que melhor se adequem a cada circunstância”, avalia o superintendente.

A pesquisa foi realizada presencialmente entre 9 e 30 de novembro de 2021, com 5.878 pessoas das classes A, B, C e D/E. As pessoas selecionadas foram de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.

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