Produtor agrícola alerta que café pode se tornar artigo de luxo, com a guerra na Ucrânia

Além do preço dos combustíveis, fertilizantes agrícolas também são afetados, o que acarreta na dificuldade de importação brasileira desses produtos

Postado em: 03-04-2022 às 10h30
Por: Redação
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Além do preço dos combustíveis, fertilizantes agrícolas também são afetados, o que acarreta na dificuldade de importação brasileira desses produtos | Foto: Reprodução

Além dos commodities minerais, como o gás natural e petróleo, a guerra entre Rússia e Ucrânia pode afetar o preço do café do Brasil. Neste sábado (02/03), em entrevista a TV Brasília, o produtor Carlos Alberto Coutinho Filho afirmou que o produto corre o risco de se tornar um artigo de luxo.

Ele afirmou que se a situação continuar como está, teremos uma redução da oferta dos produtos. “Os países que estão em guerra exportam fertilizantes a base de petróleo, e isso acarreta na dificuldade  de importação brasileira desses mesmos produtos. O resultado disso é o aumento de preços, a diminuição da produtividade e, consequentemente, da produção”, afirmou.

Além disso, a crise dos fertilizantes deve atingir também outros produtos agrícolas. No entanto, esse risco deve ser analisado a partir de outubro, mês limite dado pelos especialistas para a duração do estoque do insumo disponível no Brasil. 

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“O ciclo do café é anual no Brasil: começa em maio e termina em agosto. É um período que consome fertilizante. Mas o período que mais se utiliza é logo depois da colheita, que estará no limite do estoque. Vamos depender do futuro e das questões da guerra”, ressalta o produtor. 

Coutinho também observa que a produção de café no Centro Oeste se complica por conta das condições do solo do Cerrado, que, de acordo com ele, é mais pobre e requer maior cuidado e investimento. “É muito ácido e pobre. É necessária uma reposição maior de nutrientes do que em outras regiões”. 

Entretanto, nem tudo está perdido como parece. Carlos Alberto diz que o cafeicultor, hoje, conta com uma aliada importante: a tecnologia. “Ajudou tanto os médios quanto os grandes produtores com máquinas melhores, condições de avaliação de solos, por meio de cooperativas”, esclarece.

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