Modelagem para privatização da Eletrobras está definida, diz secretário

Segundo Paulo Pedrosa, a análise técnica já foi concluída e cabe aos ministros tomar a decisão política para definir o percentual que cada investidor poderá ter no bloco de controle

Postado em: 31-10-2017 às 14h55
Por: Márcio Souza
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Segundo Paulo Pedrosa, a análise técnica já foi concluída e cabe aos ministros tomar a decisão política para definir o percentual que cada investidor poderá ter no bloco de controle

A modelagem para o processo de
privatização da Eletrobras já foi definido pelas áreas técnicas dos ministérios
de Minas e Energia, do Planejamento e da Fazenda e o texto da medida provisória
deve ser encaminhado até a semana que vem para análise dos ministros. A
informação é do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo
Pedrosa, que participou hoje (31) do VII Seminário sobre Matriz e Segurança
Energética Brasileira, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

Segundo ele, a análise técnica já
foi concluída e cabe aos ministros tomar a decisão política para definir o
percentual que cada investidor poderá ter no bloco de controle. Pedrosa disse
que a ideia é fazer da Eletrobras uma “grande corporação nacional” com “visão
de longo prazo” e “gestão forte”, a exemplo da Embraer e da Vale.

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“Você tem vários tipos de
investidores no mercado. Tem o investidor que está disposto a pagar mais caro,
se ele vai controlar o negócio, porque ele quer impor o modelo de gestão dele,
vai enxugar custos de uma maneira mais radical do que outro e vai tirar valor
daquele negócio, então ele paga mais. Mas o que você quer na Eletrobras do
futuro?”, questiona Pedrosa.

Pedrosa disse que será necessário
limitar os investidores, o que pode restringir alguns perfis e atrair, por
exemplo, fundos de pensão, que têm visão de longo prazo. “Isso diminui o que a
União pode receber, mas a política nossa não é focada na arrecadação, mas na
melhoria do setor elétrico. Não é, por exemplo, para um investidor que queira
entrar numa empresa que está quebrada, recuperar ela rapidamente, dobrar o
valor dela e sair para entrar outro”, disse.

De acordo com o secretário, a
Eletrobras irá para o novo mercado da bolsa, mas no bloco de controle haverá
limitação que a área técnica sugere como 10% para conduzir a gestão da empresa,
mesmo que o acionista tenha uma parcela maior das ações. “Não vai ter um
controlador. Nós vamos fazer uma assembleia e formar um conselho. Ninguém terá
mais do que 10% no controle da empresa, mesmo tendo mais do capital”.

Pedrosa informou também que hoje
não há uma visão do governo na venda de ações da Eletrobras. “Não vai vender o
patrimônio público, pelo contrário, as ações do governo que permanecerem na
Eletrobras serão proporcionalmente menos, mas serão em valor maior. Porque hoje
há, digamos assim, um prêmio negativo de descontrole na Eletrobras”.

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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