Pequenos geram quatro vezes mais empregos

De janeiro a agosto deste ano, as micro e pequenas empresas apresentaram um saldo de cerca de 327 mil empregos, enquanto que as médias e grandes extinguiram 182,4 mil postos

Postado em: 06-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De janeiro a agosto deste ano, as micro e pequenas empresas apresentaram um saldo de cerca de 327 mil empregos, enquanto que as médias e grandes extinguiram 182,4 mil postos

Manoela Messias*

Um levantamento feito mensalmente pelo Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregado e Desempregados (Caged) e divulgado pelo Ministério do Trabalho, relativo ao mês de agosto, revelou que os pequenos negócios criaram quase quatro vezes mais postos de trabalho que as médias e grandes empresas. Foram cerca de 47,4 mil vagas, enquanto os negócios médios e grandes tiveram pouco mais que 12 mil contratações. No período de janeiro a agosto deste ano, as micro e pequenas empresas no Brasil apresentaram um saldo positivo de cerca de 327 mil empregos, enquanto que as médias e grandes empresas, de acordo com o Caged, extinguiram 182,4 mil postos de trabalho

A rede goiana especializada em alimentação saudável, presente em 13 estados brasileiros, no Distrito Federal e no exterior –  vem percebendo essa realidade na prática. Suas lojas se enquadram na modalidade de pequena empresa e, para cada loja aberta, são contratados dois ou três funcionários. Neste ano, a franquia já inaugurou 31 lojas até o momento. Até o final do ano serão mais 18 nos estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal.

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Só em Goiânia, foram inauguradas três lojas em outubro. Frederico Teodoro de Souza (35), por exemplo, acaba de inaugurar a segunda unidade da sua loja, no setor Balneário Meia Ponte, e para o funcionamento da unidade contratou dois jovens que estão iniciando a vida profissional agora. “Contratei o João Victor e a Tamara, que irão trabalhar pela primeira vez. Nossas exigências para contratação foram apenas boa vontade para aprender e disposição para o trabalho”, conta o empresário.

O gerente de Operações da empresa, Leandro Borges de Souza, acentua que a maioria das vagas são ocupadas por jovens no primeiro emprego, uma vez que as vagas não exigem experiência. “Para capacitá-los, nós oferecemos semanalmente treinamentos iniciais para os colaboradores, além do suporte na própria loja”, pontua. As capacitações incluem conhecimentos na área operacional, de vendas e boas práticas na alimentação.

Mas, apesar de não exigir experiência, as vagas também estão sendo ocupadas por pessoas que já possuem experiência no mercado de trabalho. Giseli Rodrigues da Silva, de 39 anos, é um exemplo. Ela foi contratada para trabalhar em outra loja recém-inaugurada da rede, no Jardim Europa, e comemora a conquista. “Está muito difícil conseguir trabalho. Todo dia a gente se depara com alguém procurando”, diz. Ela que vai conciliar o vínculo com outro serviço que já possui em uma indústria. “Minha renda vai crescer 40%, o que faz toda diferença para minha família”, conta ela, que é mãe de dois filhos.

Novas empresas

Se a geração de empregos é mais intensa entre as pequenas empresas, a boa notícia é o crescimento das micro e pequenas empresas no Brasil, que chegaram a 5 milhões de estabelecimentos em 2016, de acordo com dados da Receita Federal. A coach Daiane Gonzaga, de 29 anos, prepara-se para aumentar essa estatística. Ela se especializou no atendimento de microempreendedores e pequenos empresários que precisam de auxílio para aprimorar a gestão de seu negócio por meio do coach e, agora, ela prepara a ampliação desse atendimento. Ela traz para Goiânia a franquia catarinense Escola da Line Coaching, cujo lançamento está agendado para 31 de outubro.

“Com a crise do emprego, mais pessoas partiram para o empreendedorismo e agora precisam de capacitação para manter e fazer crescer o seu negócio.  (Manoela Messias especial para O Hoje) 

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