Segunda-feira, 22 de julho de 2024

IBGE revisa PIB e economia teve queda menor que a anunciada em 2015: 3,5%

Os dados do Sistema de Contas Nacionais são sempre revisadas pelo IBGE durante os dois anos subsequentes ao período de referência (2015), “com a finalidade de apresentar um resultado mais detalhado"

Postado em: 09-11-2017 às 11h20
Por: Márcio Souza
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Os dados do Sistema de Contas Nacionais são sempre revisadas pelo IBGE durante os dois anos subsequentes ao período de referência (2015), “com a finalidade de apresentar um resultado mais detalhado"

A revisão do Produto Interno
Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) relativo a
2015 mostrou que a economia do país caiu naquele ano em volume 3,5% e não 3,8%.
A constatação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que
divulgou hoje (9), no Rio de Janeiro, O Sistema de Contas Nacionais 2010-2015.
Revisados, os números indicam que o PIB de 2015 fechou em R$ 5,996 trilhões.

Os dados do Sistema de Contas
Nacionais são sempre revisadas pelo IBGE durante os dois anos subsequentes ao
período de referência (2015), “com a finalidade de apresentar um resultado mais
detalhado e estruturado da situação econômica do país”.

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As informações revisadas indicam
que a maior queda por setor em 2015 ocorreu na indústria (5,8% em relação a
2014), seguida pela agropecuária (3,3%) e serviços ( 2,7%), o primeiro
resultado negativo na série com início em 1996.

O PIB per capita caiu 4,3%
fechando em R$ 29,324 mil, em relação a 2014 – a maior queda desse indicador
desde o início da série histórica em 1996. Segundo os números hoje divulgados,
as quedas mais recentes ocorreram em 2014 (-0,4%), 2009 (-1,2%) e 2003 (-0,2%).

Pelos números divulgados, é
possível constatar que o consumo das famílias, que representa 62,5% do PIB,
caiu 3,2% em 2015, registrando a primeira queda desde o -0,4% de 2003. A taxa
de investimento recuou para 17,8%, um recuo que chega a 3,1 pontos percentuais
em relação ao pico da série histórica em 2013, quando a taxa de investimentos
chegou a 20,9%.

Apesar da queda de 3,2% no volume
do consumo das famílias entre 2014 e 2015, ainda no âmbito das famílias, a
poupança teve aumento nominal de 25,2%, na mesma base de comparação.

Para o gerente de Contas
Nacionais do IBGE, Carlos Sobral, “o fato de 2015 ter sido um ano de crise fez
com que as famílias controlassem os gastos. Além disso, em termos nominais, o
crescimento da poupança é decorrência do aumento de 6,4% na renda, superior ao
do consumo que cresceu naquele ano 5,4%”.

Setor externo contribui para o
PIB

A revisão dos dados relativos ao
Sistema de Contas Nacionais indica que o setor externo foi o único a contribuir
positivamente para o PIB de 2015, com crescimento de 6,8% no volume exportado
de bens e serviços, enquanto as importações fechavam em queda de 14,2% – a
maior baixa desde os -15,1% de 1999.

Entre as empresas do setor
financeiro, o valor adicionado bruto registrou crescimento nominal de 14,7% e
alcançou R$ 363 bilhões. Contribuíram para esse resultado as altas na taxa
Selic, de 11,8% para 14,3%, na taxa de juros para pessoas físicas, de 31,2%
para 35,7%, e na taxa de juros para pessoas jurídicas, de 16,6% para 19,5%.

Serviços caem

Quanto ao setor de serviços, que
teve a primeira queda da série iniciada em 1996, das sete atividades
pesquisadas, apenas a atividade administração, defesa, saúde, educação pública
e seguridade social fechou com crescimento em relação a 2014: 0,2%.

Já a queda de 7,3% do setor de
comércio foi influenciada pela retração nas vendas de produtos industriais. As
atividades de comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores e
comércio/reparação de veículos automotores e motocicletas, responderam por
aproximadamente metade (1,4 ponto percentual) da queda do valor adicionado
bruto dos serviços.

Responsável por 62,5% do PIB, a
queda de 3,2% no consumo das famílias exerceu o principal impacto negativo na
composição do PIB de 2015. Foi a primeira queda desde o -0,4% de 2003. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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