Goiás dispara na geração de empregos e jovens buscam por especialização

Dentre os Estados do Centro-Oeste, Goiás, foi o que apresentou o melhor desempenho em relação à geração de empregos, entre janeiro e abril deste ano.

Postado em: 19-06-2022 às 10h00
Por: Mariana Fernandes
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Dentre os Estados do Centro-Oeste, Goiás, foi o que apresentou o melhor desempenho em relação à geração de empregos, entre janeiro e abril deste ano | Foto: Fabrício Borges/ Senac

Após um longo período pandêmico e o fim do isolamento social, muitos trabalhadores que estavam desempregados voltaram às suas atividades normais. Esse ano, segundo registros do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), dentre os Estados do Centro-Oeste, Goiás, foi o que apresentou o melhor desempenho em relação à geração de empregos, entre janeiro e abril deste ano, com registro de 13.166 novas vagas. 

Em comparação ao mês anterior, o Estado obteve a segunda maior taxa de empregabilidade do país, com variação positiva de 0,98%, estando atrás apenas do Amapá com 1,04%. Com os dados acumulados de janeiro a março, Goiás ocupa a primeira posição na Região Centro-Oeste e mantém a 6ª posição nacional, ficando atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Já no período acumulado do ano (janeiro a março), o setor de Serviços segue na ponta com 17.982 novos empregos nos setores de Agropecuária, Construção, Indústria e Comércio.

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Para o titular da Secretaria da Retomada, César Moura, após a intensificação em políticas públicas de Estado e o apoio às micro e pequenas empresas, o crescimento de emprego no estado, é apenas um reflexo da série de ações voltadas ao crescimento da economia. O Sebrae, também pontuou que em 2022, as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) foram as principais responsáveis pela empregabilidade em todo o país, sendo responsável por 63,8% de todo o volume gerado no ano. 

As empresas de pequeno porte já possuem representatividade no Produto Interno Bruto (PIB), e são responsáveis por mais da metade da geração de empregos em todo o país, de acordo com uma pesquisa do IBGE. Em um plano de negócios promissor, os setores de vestuário, calçados, serviços pessoais e especializados, informática, alimentação e bebidas, são os que mais crescem.

Em um bate-papo com o economista, Luiz Carlos Ongaratto, para o Jornal O Hoje, o profissional relatou que o setor de eventos e turismo foi um dos principais responsáveis pela retomada.

‘’Tivemos um grande aumento de empregos no setor de serviços, e isso é devido à volta de eventos, bares, restaurantes, turismo, etc. Tudo estava parado devido às restrições. Então é normal ter esse aumento em relação aos anos anteriores.

Outro ponto importante é a qualidade do emprego. Se observarmos a geração de emprego e a renda média do trabalhador, vemos que há uma queda. Isso pode se dar em relação ao tipo do emprego: contratações de trabalhadores que recebem apenas um salário mínimo’’, destacou.

Especialização

Para se destacar entre os demais e assumirem bons cargos profissionais, os candidatos precisam estar preparados. Segundo Fabrício Borges Pessoa, gerente de operações do Senac Goiás, em virtude da pandemia do novo coronavírus, muitos profissionais acabaram procurando por uma nova especialização, principalmente para que houvesse uma complementação da renda familiar.

‘‘Áreas como TI, Informática, Idiomas, foram as mais procuradas, entre jovens de 15 a 29 anos, principalmente por conta da modalidade home-office. Cursos de Gastronomia, para a produção de bolos, tortas e salgados; e de Estética, como design de sobrancelhas, manicure e cabelos, também se destacaram’’.

Cursos na área da Saúde, como Enfermagem, Nutrição, Biomedicina e Farmácia, obtiveram o crescimento de procura em 78%, devido a presença dos profissionais na linha de frente.

Celso Niskier, diretor-presidente da ABMES, explica que esse fenômeno como ‘’efeito inspiração’’. Segundo ele, muitos jovens viram nos profissionais da saúde a figura de heróis durante pandemia e, por conta disso, sentiram-se estimulados e inspirados a seguirem profissões correlatas.

Reflexo da pandemia

Para os municípios, que não possuíam unidades de especialização, o gerente do Senac, Fabrício Borges, conta que

‘’Durante a pandemia muitos cursos profissionalizantes adiaram sua conclusão, por conta da necessidade do uso de laboratórios para a continuação. Já outros segmentos, receberam um reflexo significativo de procura, principalmente pela rápida adaptação na modalidade remota. Assim habitantes, que antes não conseguiam ser atendidos por não possuírem uma unidade física de ensino, na região, agora conseguem ser atendidos’’. Para aqueles que possuem interesse em se profissionalizar, é possível ingressar tanto pela seleção inicial do estado, quanto por ordem de inscrição por número de vagas.

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