Ipea prevê crescimento da economia de 1,1% este ano e 3% em 2018

O crescimento de 3% projetado para 2018 deve se justificar pelo avanço da indústria e do setor de serviços, e pelos gastos privados de consumo e investimento, diz o documento

Postado em: 20-12-2017 às 15h15
Por: Márcio Souza
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O crescimento de 3% projetado para 2018 deve se justificar pelo avanço da indústria e do setor de serviços, e pelos gastos privados de consumo e investimento, diz o documento

O Brasil deverá manter para o
próximo ano a continuidade do processo de “recuperação cíclica” da economia,
com o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas)
fechando 2018 com expansão de 3%.

Essa e outras previsões constam
da seção Visão Geral da Carta Conjuntura 37ª, com previsões da economia para o
próximo ano, que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) está
divulgando hoje (20).

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Nela, ele condiciona a
continuidade do atual processo de recuperação cíclica da economia, apontando
para uma trajetória de convergência gradual rumo a uma situação de crescimento
sustentado, ao equacionamento “de modo crucial” da questão fiscal no país.

Para o Ipea, apesar das
dificuldades correntes de aprovação, no Congresso Nacional, de medidas
fundamentais do ajuste fiscal – em particular a reforma da Previdência – o
ambiente externo continuará “provendo liquidez suficiente durante o período de
transição, enquanto as medidas de ajuste não forem adotadas”.

No estudo, o Ipea procura traçar
um panorama do cenário econômico atual no Brasil, com projeções para PIB,
inflação, câmbio, exportações, importações, juros, investimentos, indústria,
serviços, agropecuária, consumo das famílias e consumo do governo.

Na visão do instituto, as
projeções de crescimento de 1,1% para o PIB deste ano se baseiam na expansão da
agricultura, do consumo privado, das exportações líquidas e estoques.

“Já o crescimento de 3% projetado
para 2018 deve se justificar pelo avanço da indústria e do setor de serviços, e
pelos gastos privados de consumo e investimento”, diz o documento.

Em sua publicação sobre as
projeções da economia para os próximos meses e para o fechamento de 2018,  economistas do Ipea projetam uma inflação de
2,9% para 2017 e de 4% em 2018.

“Com a queda da inflação e as
expectativas para o futuro ancoradas, ao final de 2018, em nível próximo da
meta de 2019 (4,25%), espera-se que o Banco Central conclua o atual ciclo de
afrouxamento monetário no começo de 2018 e mantenha a meta da taxa Selic no
patamar de 6,75% ao ano até o final do ano”.

PIB deve crescer

A avaliação do Grupo de
Conjuntura é que o PIB venha a crescer 2,3% neste quarto trimestre do ano em
relação ao mesmo trimestre de 2016.

Pela ótica da oferta, a avaliação
é de que “todos os componentes devem apresentar taxa de crescimento positivo em
relação ao quarto trimestre de 2016: 2,7% para a indústria, 2% para os serviços
e 0,4% para a agropecuária. A agropecuária cai em relação ao terceiro trimestre
de 2017, mas a indústria e os serviços crescem”.

Já pela ótica da despesa, a
previsão é que o consumo das famílias deve crescer 3,4% em relação ao mesmo
período do ano anterior, e o investimento agregado deve apresentar crescimento
de 2,9% na mesma base de comparação – primeira variação positiva desde o
primeiro trimestre de 2014.

“Espera-se que as exportações
líquidas também contribuam positivamente para o crescimento: aumento de 6,3%
das importações e de 12,9% das exportações. O único componente a apresentar
queda em relação ao quarto trimestre de 2016 é o consumo do governo, que deverá
retrair 0,8%” analisa o documento.

Importações podem aumentar 7,8%

O Ipea espera “crescimento nulo”
do consumo público em 2018. É aguardado, ainda, um aumento mais forte das
importações (7,8%) e das exportações (4,3%). “Esta elevada taxa de crescimento
das importações é condizente com a expansão da renda doméstica e do
investimento ao longo do ano”.

Apesar das elevadas taxas de
desemprego, com o país registrando mais de 12 milhões de pessoas desocupadas,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a Visão Geral
da Carta de Conjuntura é de que os dados “apontam que um dos suportes para a
recuperação em curso [da economia] tem sido o mercado de trabalho”.

“A taxa de desemprego caiu de
13,7% no primeiro trimestre de 2017 para 12,2% no trimestre encerrado em
outubro. Sem ignorar que a taxa de desemprego ainda é muito elevada, e que
ainda há 12,7 milhões de pessoas em busca de trabalho, cabe destacar que essa reversão
vem ocorrendo mais rapidamente que o esperado”, finaliza o estudo. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução

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