Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Impostômetro ultrapassa 2 trilhões

Carga tributária brasileira continua sendo muito elevada e com retorno pouco satisfatório para a classe média

Postado em: 22-12-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Carga tributária brasileira continua sendo muito elevada e com retorno pouco satisfatório para a classe média

O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo, que soma todos os impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros no período de um ano, atingiu ontem R$ 2,1 trilhões. Até o último dia do ano, o placar deve chegar a R$ 2,170 trilhões, crescimento de 8,4% em relação ao ano passado, sem considerar a inflação.

No estado de São Paulo, segundo o Impostômetro, os tributos somam R$ 775,1 bilhões do início do ano até hoje, o correspondente a 37,9% da arrecadação total do Brasil. Na capital paulista, o total é de R$ 25,9 bilhões.

A ferramenta é uma projeção criada há sete anos com o objetivo de conscientizar o cidadão sobre a alta carga tributária do país e incentivar a cobrança para que os governos ofereçam serviços públicos de qualidade. O painel do Impostômetro fica na Rua Boa Vista, centro da capital paulista.

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Alencar Burti, presidente da Associação Comercial e da Federação das Associações Comerciais no estado, disse que a retomada da atividade econômica, principalmente do setor industrial, foi uma das razões para o aumento dos valores.

Impostos oneram contribuintes mas inflação cai

O Banco Central (BC) prevê que a inflação ficará abaixo do piso da meta neste ano. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada de 3,2%, divulgada em setembro, para 2,8%, no Relatório de Inflação publicado ontem pelo BC. A meta de inflação, que deve ser perseguida pelo Banco Central, tem como centro 4,5%, limite inferior de 3% e superior de 6%. Quando a inflação fica fora desses patamares, o BC tem que elaborar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicando os motivos do descumprimento da meta.

Se a estimativa se confirmar, será a primeira vez que a meta vai ser descumprida por ficar abaixo do piso. A meta ficou acima do teto quatro vezes: em 2001, 2002, 2003 e 2015. O regime de metas para a inflação foi criado em 1999. A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional e deve ser perseguida pelo BC, que usa como principal instrumento para atingir esse objetivo a taxa básica de juros, a Selic.

“O processo de desinflação tem sido amplo, atingindo diferentes segmentos, e foi acentuado pelo comportamento dos preços de alimentação no domicílio”, diz o BC no relatório. De acordo com o banco, em 12 meses, a inflação desses preços, depois de atingir pico de 16,79% em agosto de 2016, “reverteu fortemente, entrando no campo deflacionário”. Entre novembro de 2016 e novembro de 2017, a variação dos preços de alimentação no domicílio, acumulada em 12 meses, passou de 11,56% para -5,30%, com queda de aproximadamente 16,9 pontos percentuais.

“À medida que trimestres passados afetados pelos choques desinflacionários dos preços de alimentos são descartados no cálculo da inflação acumulada em quatro trimestres, as projeções sobem, atingindo aproximadamente 4,2% no quarto trimestre de 2018”, acrescenta o BC. Segundo o relatório, também contribui para o aumento da inflação no próximo ano em direção à meta (4,5%) as reduções da taxa básica de juros, a Selic. A taxa básica menor estimula a economia, reduzindo a capacidade ociosa de produção.

Para 2018, a projeção passou de 4,3% para 4,2%. A inflação projetada termina 2019 também em 4,2% e se reduz para 4,1% em 2020.

Essa projeção é de um dos cenários previstos pelo BC, chamados de “projeção central”, elaborados considerando as estimativas do mercado para a taxa de juros e o câmbio. As expectativas do mercado para a taxa de câmbio são R$ 3,29 no final de 2017, R$3,30 no fim de 2018, R$3,40 em 2019 e R$3,45/US$ em 2020. (Com Agência Brasil) 

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