Banco Central estima que crédito deve voltar a crescer em 2018

Nos 11 meses deste ano, o crédito caiu 1,4%, ficando em R$ 3,063 trilhões

Postado em: 22-12-2017 às 14h30
Por: Victor Pimenta
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Nos 11 meses deste ano, o crédito caiu 1,4%, ficando em R$ 3,063 trilhões

Depois de dois anos seguidos em queda, o crédito deve voltar
a crescer em 2018, de acordo com estimativas do Banco Central (BC), divulgadas
hoje (22). A expectativa é que o crédito ofertado pelos bancos deve apresentar
retração de 1%, neste ano, e crescimento de 3%, em 2018. Em 2016, houve
retração de 3,5%, depois do crescimento de 6,7%, em 2015.

Nos 11 meses deste ano, o crédito caiu 1,4%, ficando em R$
3,063 trilhões. A recuperação deve ser puxada pelo crédito livre (bancos têm
autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado) para as famílias. Em 2018,
o crédito total para as famílias deve crescer 7%, quanto para as empresas, a
expectativa é de retração 2%.

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No caso do crédito livre, a previsão é de crescimento de 4%,
com expansão de 7% para as famílias e 1% para as pessoas jurídicas (empresas).
O crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo,
destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura)
deve apresentar expansão de 1%, com crescimento de 7% para as pessoas físicas
(famílias) e retração de 6% para as empresas.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC,
Fernando Rocha, o saldo do crédito direcionado está sendo impactado pelas
menores concessões de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) às empresas. “No caso do crédito direcionado para
pessoas jurídicas, não temos ainda indicações de recuperação nesse mercado”,
destacou.

Rocha disse que “há evidências de que uma parte da redução do
crédito para as empresas se deve à substituição do financiamento do sistema
financeiro pelo mercado de capitais”. No Relatório de Inflação, divulgado nessa
quinta-feira (21), o BC apontou que houve recuo de 4,7% das concessões nos 10
primeiros meses deste ano, relativamente a igual período de 2016, enquanto as
captações das empresas no mercado de capitais apresentou crescimento de 1,8%.

Ele destacou ainda que as taxas do rotativo continuam em queda,
desde a implementação da medida. A alta do parcelado pode estar relacionada a
uma migração do rotativo para essa modalidade. “Reflete maior demanda por esse
crédito [parcelado] por pessoas vindo do rotativo”, disse.

Inflação

Apesar de voltar a crescer, a expansão do crédito deve ficar
abaixo da inflação em 2018. Para o próximo ano, a projeção para a inflação,
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é 4,2%.

“Se observar o mercado de crédito como um todo, o crescimento
de 3% é abaixo do IPCA. Mas se olhar a composição, os setores que saem a frente
vão ter crescimento real, como é o caso das pessoas físicas”, argumentou.

Para Rocha, a “volta do crescimento nominal depois de uma
redução dos saldos mostra que a situação do crédito deve melhorar”. “O pior
momento já passou. Vai crescer gradualmente”, disse Rocha. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Bloomberg/Gustavo Gomes)

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