Mercado de sêmen bovino amplia vendas

Melhoramento genético é um dos catalisadores da produtividade

Postado em: 22-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Melhoramento genético é um dos catalisadores da produtividade

Agregar peso no rebanho e eficiência na atividade pecuária a um custo acessível. Os atrativos da biotecnologia animal têm engordado o mercado de genética bovina no Brasil. De acordo com o relatório semestral do setor, o Index ASBIA 2017, divulgado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), os primeiros seis meses deste ano registraram crescimento de 7,6% no mercado nacional de sêmen bovino e de 60,4% no mercado externo, quando comparados com o mesmo período de 2016. Os índices também demonstram que o potencial genético de uma das atividades motoras da economia do Brasil ainda tem muito espaço para ser explorado. 

Foram comercializadas no primeiro semestre deste ano 4.685.507 doses, 330 mil a mais do que no mesmo período do ano passado. A pecuária leiteira registrou o maior crescimento: 24,8% superior ao mesmo período de 2016, passando de 1.692.396 para 2.112.896 doses de sêmen vendidas. Já a pecuária de corte teve uma leve retração de 3,4%. Em números, foram 2.572.611 doses este ano contra 2.662.547 em 2016, nessa atividade. 

O diretor técnico da Asbia, Luis Adriano Teixeira, relaciona o salto na venda de sêmen de raças leiteiras aos custos menores de produção, principalmente na alimentação, o que possibilitou maior margem para o produtor leiteiro. Já a queda na venda de sêmen para rebanho de corte, segundo ele, esteve associada ao momento político e financeiro do país. “Para o gado de corte, o pecuarista teve mais cautela devido às operações da Polícia Federal, delações, os embargos de exportação e a possível volta do Funrural. Mas nós enxergamos essa retração positiva, porque foi abaixo do esperado. Percebemos que o pecuarista de corte manteve suas intenções de investir em genética”, explica. 

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Luis Adriano acredita que o mercado está reagindo. “Os números do segundo semestre devem ser superiores, já que esses pecuaristas postergaram a compra do sêmen para o período de monta, vislumbrando um cenário menos nebuloso. O mercado, visto de julho para frente, teve uma retomada. Então, é possível que a gente feche o ano com saldo positivo e continue crescendo”, afirma. A venda de botijões de sêmen de até 20 litros também registrou crescimento no primeiro semestre deste ano, segundo a Asbia. Foram 1.624 botijões em 2017 contra 1.265 na primeira metade do ano passado. Um aumento de 28%, impulsionado pela pecuária leiteira, que teve quase 25% de elevação. 


Resultados

Os resultados completos de vendas por raças no mercado nacional de 2016 (dado mais recente) mostram que as principais raças de corte comercializadas foram Angus e Nelore, com 5.793.172 doses no total na pecuária de corte; e Holandês, Jersey e o Gir Leiteiro, com 3.154.473 de doses na pecuária de leite. O principal destaque foi a raça Angus, que apesar do recuo de 5% em relação a 2015, entre 2010 e 2016, as vendas cresceram 214%. O Brasil é referência na América do Sul em exportação de sêmen bovino. O primeiro semestre deste ano fechou com um crescimento de 60,4% nas exportações e com forte aumento nas vendas externas de sêmen das raças de corte. Os principais destinos dessa genética foram Bolívia e Paraguai. Nas vendas de sêmen de raças leiteiras, as maiores exportações foram registradas para a Colômbia e o Equador. (Faeg) 

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