Banco Central estima crescimento da dívida pública em janeiro

Estimativa é que o dólar feche o período em US$ 3,17, uma queda de 4,15% em relação aos US$ 3,31 registrados em dezembro

Postado em: 31-01-2018 às 14h00
Por: Victor Pimenta
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Estimativa é que o dólar feche o período em US$ 3,17, uma queda de 4,15% em relação aos US$ 3,31 registrados em dezembro

O Banco Central (BC) estima que a dívida pública do Brasil
continue crescendo em janeiro. Segundo projeção divulgada hoje (31), em
janeiro, a dívida líquida deverá chegar ao equivalente a 52,2% do Produto
Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).

A dívida líquida do setor público, que é o balanço entre o
total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais,
fechou 2017 em R$ 3,38 trilhões, o que corresponde a 51,6% do PIB, o maior
valor desde julho de 2004.

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De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC,
Fernando Rocha, o aumento da dívida é explicado principalmente pelo câmbio. A
estimativa é que o dólar feche o período em US$ 3,17, uma queda de 4,15% em
relação aos US$ 3,31 registrados em dezembro. “Uma apreciação do câmbio
eleva a dívida líquida. A dívida aumenta porque é credora da moeda
estrangeira.”

Rocha disse que a dívida líquida tem crescido e, em geral,
quanto maior é essa divida, maior o esforço do Estado para controlá-la e maior
a conta de juros a ser paga. Já a redução da dívida líquida tende a contribuir
para a atividade econômica.

Dívida Bruta

Quanto à dívida bruta, que contabiliza apenas os passivos dos
governos federal, estaduais e municipais, a estimativa também é de aumento. Em
dezembro, a dívida bruta chegou a R$ 4,85 trilhões ou 74% do PIB. A estimativa
para janeiro é que fique em 74,6%.

A dívida bruta é um dos principais indicadores internacionais
acompanhados pelas agências de classificação de risco. As notas dadas pelas
agências representam uma medida de confiança dos investidores internacionais na
economia de determinado país. Tais avaliações servem como referência para os
juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar
dinheiro emprestado dos investidores. As agências também atribuem notas aos
títulos que empresas emitem no mercado financeiro, avaliando a capacidade de as
companhias honrarem os compromissos.

Perguntado se há alguma expectativa de redução da dívida,
Rocha disse que um dos caminhos possíveis é um aumento da atividade econômica
que leve a aumento do PIB e consequentemente a uma redução da porcentagem da
dívida. Outro caminho é o fiscal, com a redução do déficit primário. A redução
dos juros é outro fator que tem impacto positivo na conta.

O resultado primário é calculado pelas receitas públicas
menos as despesas. “O resultado primário é necessário para estabilizar a
dívida. O Brasil precisa ser superavitário para que [a economia] se estabilize,
e a dívida comece a cair. Ainda não temos superávit, temos déficit”,
afirmou Rocha.

De acordo com o resultado divulgado hoje, o Brasil começa a
recuperar as contas. O país fechou 2017 com um déficit primário de R$ 110,6
bilhões nas contas públicas da União, dos estados e municípios, o que
corresponde a 1,69% do PIB. O valor foi o melhor desde 2014.

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Internet)

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