Sobe 0,44% o consumo de combustíveis no Brasil no ano passado

Foram comercializados 136,025 bilhões de litros de combustíveis em 2017, contra 135,436 bilhões de litros no ano anterior. Etanol hidratado mostrou queda de 6,5%

Postado em: 03-03-2018 às 14h50
Por: Victor Pimenta
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Foram comercializados 136,025 bilhões de litros de combustíveis em 2017, contra 135,436 bilhões de litros no ano anterior. Etanol hidratado mostrou queda de 6,5%

Dados divulgados na sexta-feira (2) pela
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no Seminário
de Avaliação do Mercado de Combustíveis, no Rio de Janeiro, revelam que o
consumo de combustíveis subiu 0,44% no Brasil no ano passado, em comparação a
2016. Foram comercializados 136,025 bilhões de litros de combustíveis em 2017,
contra 135,436 bilhões de litros no ano anterior.

Segundo a ANP, o começo de
recuperação da economia, o aumento da frota e o ganho de competitividade em
relação ao etanol hidratado explicam o aumento de 2,6% registrado na
comercialização de gasolina C, que somou 44,150 bilhões de litros, contra
43,019 bilhões de litros em 2016. Houve crescimento de 0,91% na comercialização
de óleo diesel B entre 2016 e 2017 (de 54,279 bilhões de litros para 54,772
bilhões de litros), também impulsionado pela recuperação econômica.

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O diretor da ANP, Felipe Kury,
disse à Agência Brasil que o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB),
divulgado na quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) sinaliza que começou a haver uma recuperação na economia, no país. “E os
combustíveis acompanham”, comentou. Ele acredita que o resultado do PIB de 2017
faz uma correlação para 2018, prevendo que o consumo dos derivados tende a
aumentar. Lembrou que a projeção para o PIB de 2018 é crescimento em torno de
3%, o que pode acentuar ainda mais o crescimento das vendas de combustíveis
este ano.

Etanol

Enquanto o consumo de gasolina C e
diesel B teve crescimento, o de etanol hidratado mostrou queda de 6,5%,
passando de 14,586 bilhões de litros em 2016, para 13,642 bilhões de litros em
2017, devido, em grande parte, à perda de competitividade em relação à
gasolina. O etanol anidro, em contrapartida, teve aumento de 2,63% no consumo,
enquanto o etanol total, que é a soma de anidro (etanol misturado à gasolina) e
hidratado (etanol combustível), caiu 2,44% em 2017, passando de 26,201 bilhões
de litros para 25,562 bilhões de litros.

O consumo de biodiesel foi maior no
ano passado em 13,22%, com vendas de 4,302 bilhões de litros em 2017, contra
3,799 bilhões de litros em 2016. A expansão resultou do aumento da mistura
obrigatória ao diesel em março de 2017 para 8% (B8).

A ANP, informou, ainda, que as
vendas de gás liquefeito de petróleo (GLP) caíram 0,07%, de 13,398 bilhões de
litros para 13,389 bilhões de litros. O consumo industrial teve queda de 1,76%,
enquanto o consumo residencial subiu 0,58%. Segundo a agência, a queda nas
vendas de GLP decorre do aumento dos preços médios do combustível registrado ao
longo de 2017, da ordem de 69,74% para o GLP de uso residencial e 28,05% para o
GLP de outros usos.

Os dados apontam também para
redução de 1,9% na venda de querosene de aviação (QAV), de 6,765 bilhões de
litros para 6,637 bilhões de litros, em função da retração da demanda por
passagens aéreas. Por outro lado, o consumo de gasolina de aviação (GAV) teve
redução de 10,28% em 2017, comparativamente ao ano anterior. Em relação ao óleo
combustível, a alta observada atingiu 1,6%, subindo de 3,333 bilhões de litros
para 3,385 bilhões de litros. Já o gás natural veicular (GNV) mostrou ampliação
de 8,73% no volume comercializado, passando de 4,962 milhões de metros cúbicos
por dia para 5,395 milhões de m³/dia.

Qualidade

A qualidade do combustível
manteve-se dentro dos padrões internacionais, sublinhou a agência. O Programa
de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da ANP revela que 98,3%
das amostras de gasolina coletadas e analisadas em 2017 estavam dentro dos
padrões de qualidade. No diesel, o percentual de amostras que atenderam aos
padrões de qualidade foi de 96,6% e no etanol, de 98,1%.

Durante o ano passado, a ANP
efetuou um total de 20.102 ações de fiscalização em agentes de mercado de todo
o Brasil. Foram emitidos 3.594 autos de infração, dos quais somente 9% estavam
relacionados à qualidade dos combustíveis vendidos. O principal motivo das
autuações foi o não cumprimento de notificações da agência, que correspondeu a
20% do total.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Internet)

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