Custo da dívida pública federal é o menor desde 2010

Divulgação do Tesouro mostrou uma leve redução na participação de estrangeiros como detentores de títulos públicos federais, de 12,41% em janeiro para 12,39% em fevereiro

Postado em: 26-03-2018 às 15h50
Por: Victor Pimenta
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Divulgação do Tesouro mostrou uma leve redução na participação de estrangeiros como detentores de títulos públicos federais, de 12,41% em janeiro para 12,39% em fevereiro

O custo médio da dívida pública federal – que inclui o
endividamento interno e externo do Brasil – atingiu o menor patamar desde abril
de 2010, de acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (26) pela Secretaria do Tesouro
Nacional, do Ministério da Fazenda. O custo médio acumulado nos últimos 12
meses passou de 10,06% ao ano, em janeiro, para 10,01% ao ano, em fevereiro. Em
abril de 2010, a taxa era 9,79% ao ano. O custo médio mede o quão rapidamente a
dívida pública federal vai crescer, caso seja mantido o cenário econômico
atual.

“Quando o custo é menor, a dívida cresce, mas não tão
rapidamente quanto em um cenário com juros maiores. O custo médio mais baixo
significa que a dívida vai crescer, mas não tão aceleradamente”, diz o
coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando
Alves. Em valores, no mês de fevereiro, a dívida chegou a R$ 3,582 trilhões, o
que representou um aumento de 1,53% em relação a janeiro.

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De acordo com Alves, a redução do custo se deve
principalmente à queda na taxa Selic, que é taxa básica de juros. A Selic é o
principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação
oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A Selic no início de 2018 estava em 7% ao ano. No mês
passado, foi reduzida a 6,75% e recentemente, foi a 6,5% ao ano. A taxa é o
indexador do título Tesouro Selic (LFT), no qual está concentrada importante
parcela da dívida. Além da Selic, a própria inflação – que é outro indexador
dos títulos e está em patamares baixos – também tem impacto na redução do custo
médio da dívida.

Apesar da redução do custo, segundo Alves, a projeção ainda é
de crescimento da dívida, porque para este, ano a meta é que as contas do
governo fechem no negativo, com déficit primário de R$ 159 bilhões.
“Recentemente, tem-se falado muito na necessidade da aprovação de
reformas, como a da Previdência. Esse tipo de reforma contribui para melhorar o
cenário fiscal e melhorar o cenário da dívida”, disse o coordenador. Já a
dívida pública, de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), poderá
fechar este ano entre R$ 3,78 trilhões e R$ 3,98 trilhões.

Investidores

A divulgação do Tesouro mostrou uma leve redução na
participação de estrangeiros como detentores de títulos públicos federais, de
12,41% em janeiro para 12,39% em fevereiro. Na análise de Alves, a incerteza
inerente a um ano eleitoral pode ter impacto nesses investimentos. “O não
residente olha para diversas variáveis para tomar decisões. Se tenho uma
variável que, em determinado momento não é conhecida, ela vai te um peso”.
Ele ressalta, no entanto, que o país tem outras variáveis como a queda de juros
e a inflação baixa, “que contribuem para dar clareza ao investidor”.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/iStockphoto/)

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