Percentual de famílias endividadas sobe pela primeira vez no ano

O estudo aponta, no entanto, que a proporção de famílias endividadas se manteve estável nos 61,2% de fevereiro, o mesmo não acontecendo quando a comparação é com março do ano passado

Postado em: 04-04-2018 às 11h25
Por: Márcio Souza
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O estudo aponta, no entanto, que a proporção de famílias endividadas se manteve estável nos 61,2% de fevereiro, o mesmo não acontecendo quando a comparação é com março do ano passado

O percentual de famílias com
dívidas ou contas em atraso aumentou em março pela primeira vez no ano,
atingindo 25,2%, uma alta de 0,3 ponto percentual. A constatação é da Pesquisa
de Envidamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada hoje (4), no Rio
de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC). Ela aponta o cartão de crédito como o principal compromisso financeiro
para 76,4% das famílias endividadas.

O percentual das famílias que
declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, ou seja,
que permaneceriam inadimplentes, passou de 9,7% em fevereiro para 10% em março,
apresentando queda em relação aos 10,4% de março de 2017.

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Para a economista Marianne
Hanson, da CNC, a alta é influenciada pelo efeito sazonal provocado pelos
gastos de fim de ano. “O efeito sazonal do comprometimento de renda com gastos
extras de início de ano influencia esse resultado”, afirmou.

O estudo aponta, no entanto, que
a proporção de famílias endividadas se manteve estável nos 61,2% de fevereiro,
o mesmo não acontecendo quando a comparação é com março do ano passado, com o
indicador subindo 0,4 ponto percentual.

Depois do cartão de crédito,
responsável pelos 76,4% do endividamento das famílias, vêm os carnês, com 16,6%
e, em seguida, o crédito pessoal, que responde por 10,4% do endividamento
familiar.

Nível de endividamento cresce

Os dados da publicação da CNC indicam
que a proporção das famílias que se declararam muito endividadas também
aumentou em relação a fevereiro, passando de 13,6% para 14,1% do total de
entrevistados, uma alta de 0,5 ponto percentual. Já na comparação anual, houve
queda de 0,6 ponto percentual nesta proporção dos muitos endividados.

Neste último caso, segundo
Marianne Hanson, a retração decorreu “da queda das taxas de juros e da
recuperação da renda do trabalho que têm favorecido uma recuperação gradual em
algumas modalidades de crédito, o que impacta diretamente o endividamento”.

Já do ponto de vista do prazo do
endividamento, o tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas ficou, em
março, em 64,4 dias, inferior aos 64,8 no mesmo período do ano passado.

Em média, segundo a CNC, o comprometimento
com as dívidas foi de 6,9 meses, sendo que 31,3% das famílias possuem dívidas
por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 20% afirmam ter mais da metade
da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

A Pesquisa Nacional de Endividamento
e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC
desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais, abrangendo
cerca de 18 mil consumidores.

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução 

 

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