Austin Rating muda perspectiva de rating soberano do Brasil para “positiva”

Austin Rating, uma agência de classificação de risco, anunciou a mudança da perspectiva do rating soberano do Brasil de “estável” para “positiva” em moeda local (ML). A classificação subiu de BB+ (duplo B mais). Já em moeda estrangeira (ME), a perspectiva da Austin permanece estável em BB+.

Essa alteração no rating foi baseada na melhoria da perspectiva do ambiente fiscal, em virtude da aprovação do novo arcabouço fiscal, que visa restabelecer o equilíbrio das contas públicas já a partir de 2024, com um resultado primário de 0% do PIB.

Além disso, a agência considerou o recente aprimoramento dos indicadores antecedentes, incluindo o índice de confiança empresarial, industrial e dos consumidores, bem como projeções de crescimento do PIB revistas positivamente e a política monetária estimulativa com a queda dos juros.

O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, menciona em nota que o país está perto de alcançar o grau de investimento novamente. “Estamos a um degrau para voltar a atingir o grau de investimento para o Brasil. É uma questão de tempo para que os fundamentos da política monetária, equilíbrio fiscal e a retomada da confiança do consumidor e indústria se consolidem para essa conquista”, afirma Agostini.

Ele ressaltou ainda que a política monetária executada pelo Banco Central cumpriu seu objetivo de reduzir a pressão inflacionária e ajustar os preços às metas estabelecidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

“Nesse contexto, as perspectivas para a execução da política monetária concentram-se no início do processo de afrouxamento, ou seja, redução contínua da taxa de juros básica nacional (taxa Selic), estimulando e fortalecendo o PIB pela ótica da demanda, seja por meio dos investimentos (FBCF) ou pelo consumo das famílias”, diz o economista-chefe em nota.

Em relação às contas externas, a agência observa melhorias nos indicadores, especialmente no volume de investimentos estrangeiros diretos, que atingiu US$ 90,6 bilhões em 2022 em comparação com US$ 46,4 bilhões em 2021. No entanto, a Austin também alerta para a importância de fortalecer o saldo da balança comercial e monitorar as mudanças no fluxo de divisas estrangeiras para o mercado de capitais, considerando as políticas monetárias das economias centrais, como Estados Unidos e Europa.

Ainda nesta semana, na quarta-feira (26/7), a Fitch, outra agência de classificação de risco, elevou a nota de crédito do Brasil de “BB-” para “BB” e manteve a perspectiva estável. A agência destaca que a elevação da nota de crédito brasileira reflete o desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado, apoiado por políticas proativas e reformas.

A nota de risco é relevante para investidores que desejam avaliar o risco dos títulos de dívida antes de investirem. Uma classificação mais alta geralmente significa menor risco de inadimplência e, portanto, pode permitir que países ou empresas acessem o mercado de dívida com taxas de juros mais baixas.

Os ratings de crédito também podem influenciar as decisões de investidores e empresas ao considerar a compra de títulos de dívida de países ou empresas. Ter uma perspectiva “positiva” pode indicar que a agência está inclinada a elevar o rating no futuro, o que pode ter um impacto positivo nos custos de financiamento do país.

A classificação de risco é dinâmica e pode ser alterada com base em fatores econômicos, fiscais e políticos em evolução. As agências de classificação de risco são responsáveis por avaliar constantemente as condições econômicas e políticas dos países e empresas, e suas avaliações podem mudar ao longo do tempo.