Educação Financeira: Por que o Brasil ocupa a 27° colocação

País é um dos que apresentam a educação financeira extremamente precária ou inexistente

Postado em: 18-08-2018 às 09h40
Por: Kamilla Lemes
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País é um dos que apresentam a educação financeira extremamente precária ou inexistente

Da Redação

“Os pais precisam ser exemplo e não é isso o que acontece. Alguém que vive endividado e com o nome sujo não irá inspirar seus filhos”

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Muitas vezes, o tema “investimentos” é amedrontador para aqueles que não conhecem, ou não tem pouca noção sobre finanças pessoais, afinal, o Brasil é um dos países com a educação financeira extremamente precária ou inexistente. Em sua última pesquisa divulgada em 2016, a OCDE constatou que o país está na 27ª colocação, entre 30 países. Foram levados em conta apenas três pilares no meio da educação financeira: conhecimento, comportamento e atitude. Sem exceção, o Brasil se destacou como péssimo em todos, ficando à frente apenas da Croácia, Bielorrússia e Polônia. A França lidera o ranking como a mais educada financeiramente. “Hoje o conhecimento sobre qualquer tema está disponível na internet e de forma gratuita, para todos. Não importa a sua classe social ou econômica. Basta ir atrás. Porém, os pais precisam ser exemplo, e não é bem isso o que acontece. Alguém que vive endividado e com o nome sujo não irá inspirar seus filhos. É preciso fazer a lição de casa básica e parar de gastar mais do que se ganha e o primeiro dinheiro que entra no mês é o que será guardado para se investir”, explica Daniela Casabona, Assessora Financeira da FB Wealth.

Portanto, não se pode esperar muito de uma população em que mais da metade do país está com o nome sujo. Para Daniela Casabona, “o brasileiro acha muito chato falar de investimentos e números. Isso é uma herança da escola, pois a matemática não é ensinada de uma forma atrativa para os alunos. As matérias focadas em exatas geralmente são as menos atrativas. O aluno passa 10 anos estudando algo sem antes saber o porquê aquilo será fundamental para a sua vida. Isso resulta em não ensinar o aluno a pensar, mas sim, decorar para passar de ano”, explica.

Outro ponto crucial levantado pela especialista, diz respeito ao contato que o brasileiro possui com o sistema financeiro. “Na maioria das vezes o investidor conhece apenas o banco e o seu gerente e ambos oferecem quase sempre péssimos produtos. Um dos fatores que explica isso é que, a geração com mais de 50 anos viveu a hiperinflação, o confisco da poupança, sucessivos planos econômicos e a quebra de diversas instituições financeiras. Isso faz com que emocionalmente, para estas pessoas, seja seguro investir apenas em imóveis e grandes bancos de varejo”, ressalta. 

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