Aumento dos combustíveis impacta o orçamento dos Consumidores

No momento, a Petrobras está mantendo estáveis seus preços de venda de gasolina às distribuidoras

Postado em: 08-12-2023 às 11h30
Por: Alexandre Paes
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Anúncio da estatal e que o diesel deve baratear na próxima semana | Foto: Agência Brasil

O constante sobe e desce nos preços dos combustíveis tem gerado um impacto direto nos bolsos dos consumidores, levando muitos a repensarem seus gastos e ajustarem seus orçamentos diante do encarecimento dos deslocamentos diários. “Fica complicado encher o tanque, já que em cada posto que passo o preço do litro é diferente. Ou a gente pesquisa antes de abastecer, ou acaba que levamos prejuízo como consumidor final”, exemplifica o entregador Felipe Lima Souto.

Nos últimos meses, os preços da gasolina e do diesel atingiram níveis que não eram vistos há anos. No momento, a Petrobras está mantendo estáveis seus preços de venda de gasolina às distribuidoras, tendo em vista o último movimento realizado em 21 de outubro, de redução de R$ 0,12 por litro. No ano, os preços de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras acumulam queda de R$ 0,27 por litro, o equivalente a 8,7%.

Para o GLP (gás de cozinha), os preços de venda às distribuidoras permanecem estáveis desde o dia 1º de julho. No ano, os preços do gás de cozinha para as distribuidoras acumulam retração equivalente a R$ 10,40 por botijão de 13 kg, ou 24,7%. A companhia reiterou que na formação de seus preços “busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.U

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Para os consumidores, o aumento dos combustíveis representa não apenas uma mudança no valor pago no momento do abastecimento, mas também uma alteração significativa nos gastos mensais. Para aqueles que dependem do carro para locomoção diária, como motoristas e profissionais que utilizam veículos para o trabalho, essa elevação nos preços se traduz em um peso adicional no orçamento.

Maria Silva, 38 anos, é uma profissional autônoma que tem sofrido com as altas e teme o possível aumento após aprovação do novo ICMS. “Abastecer meu carro agora se tornou um planejamento financeiro. Antes, era uma despesa que não me preocupava muito, mas agora sinto que preciso pensar duas vezes antes de usar o carro, mesmo para atividades cotidianas. Isso afeta diretamente minha mobilidade e a flexibilidade que eu costumava ter.”

Para quem é motorista de aplicativo a situação não tem sido diferente. “Eu dependo do meu carro para trabalhar como motorista de aplicativo. Cada vez que vou abastecer, percebo que meu lucro diminui. Tenho que repensar minhas estratégias para equilibrar os custos com combustíveis e ainda ganhar o suficiente para sustentar minha família. A situação está ficando insustentável”, conta Carlos Oliveira, 45 anos.

Transporte

Além dos consumidores individuais, setores inteiros da economia são impactados. Empresas que dependem do transporte para a entrega de produtos e prestação de serviços veem seus custos operacionais aumentarem, o que, por vezes, é repassado ao consumidor final. O transporte público também sofre as consequências, com empresas de ônibus e serviços de aplicativos de transporte enfrentando desafios para equilibrar suas contas em meio ao aumento constante dos custos com combustíveis.

Diante desse cenário, consumidores estão buscando estratégias para amenizar o impacto em seus orçamentos. O uso mais consciente do veículo, a busca por alternativas de transporte público e até mesmo a consideração de opções mais sustentáveis, como veículos elétricos, têm ganhado destaque.

A única boa notícia que os consumidores receberam é que a Petrobras vai reduzir em R$ 0,27 por litro o preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras. O reajuste vale a partir desta sexta-feira (8). O valor passará a ser de R$ 3,78 por litro. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (7) pela estatal. No ano, a redução acumulada soma R$ 0,71 por litro, o equivalente a 15,8%.

De acordo com a Petrobras, o ajuste é resultado da análise dos fundamentos dos mercados externo e interno, frente à estratégia comercial da companhia, implementada em maio de 2023, em substituição à política de preços anterior, e que “passou a incorporar parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”.

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