ANP prevê arrecadação de até R$ 1,2 trilhão
A conta inclui os blocos contratados entre a 2ª e a 5ª rodadas, realizadas entre 27 de setembro do ano passado e hoje
Por: Sheyla Sousa
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A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou ontem, no Rio de Janeiro, que a produção de petróleo nos blocos do pré-sal contratados no regime de partilha desde o ano passado deve gerar uma arrecadação de R$ 1,2 trilhão para a União, estados e municípios.
A conta inclui os blocos contratados entre a 2ª e a 5ª rodadas, realizadas entre 27 de setembro do ano passado e hoje, e toma como base as participações oferecidas à União e um valor médio do barril de petróleo na casa dos 70 dólares.
Nos contratos de partilha, utilizados para a produção do pré-sal, as empresas responsáveis pela exploração e produção de petróleo precisam oferecer à União um percentual do que é produzido. Os lances vencedores nos leilões são os que oferecem participações mais altas para o governo.
Ao longo de 30 anos de contrato, a exploração e produção de petróleo nos campos contratados deve gerar uma receita anual de R$ 40 bilhões.
Segundo a ANP, o leilão de hoje garantiu R$ 240 bilhões desse R$ 1,2 trilhão contabilizado. O leilão desta sexta-feira teve 100% dos blocos arrematados, contribuindo para que as quatro rodadas tenham um percentual de contratação de 93%.
“Não conheço nenhum local do planeta que tenha um nível tão elevado na contratação”, disse o diretor-geral da agência, Décio Oddone.
O ágio médio da 5ª rodada foi de 170%, com ofertas que ultrapassaram o lance mínimo em até 300%.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, comemorou o resultado do leilão e disse que o investimento previsto de R$ 1 bilhão nos blocos contratados hoje prevê apenas os custos para procurar petróleo e gás nos blocos.
A partir do momento em que as descobertas forem feitas, segundo ele, os investimentos serão muito maiores. “É com muita alegria que a gente vê esse momento de consolidação”, disse ele.
Abertura do setor
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Odonne, afirmou ontem, durante a 5ª Rodada de Partilha do pré-sal, que a indústria petrolífera brasileira não teria condições de avançar sem que ocorressem as mudanças na regulamentação do setor.
Segundo Oddone, mantidas as exigências que vigoravam anteriormente, como a de conteúdo mínimo local e de ter a Petrobras como operadora única do pré-sal, os resultados não seriam os mesmos obtidos de setembro do ano passado até o dia de hoje, com as licitação das rodadas de partilha e de concessão.
“Foram arrecadados R$ 28 bilhões somente em bônus de assinatura. Mantidas as exigências de conteúdo nacional e a Petrobras como operadora única do pré-sal, os resultados não seriam os mesmos. A concentração dos investimentos em uma única empresa dificulta a financiabilidade [do projeto]”, disse Oddone.
De acordo com o diretor-geral da ANP, basta lembrar que, somente no upstream(parte da cadeia produtiva do petróleo que antecede o refino), a quantidade de recursos necessários para fazer os investimentos seria de R$ 1,8 trilhão a R$ 2 trilhões em 10 anos. “Nós estamos falando de investimentos de R$ 200 bilhões por ano.”
“A Petrobras hoje investe US$ 15 bilhões, US$ 16 bilhões por ano no conjunto das suas atividades, em todo o segmento. Isso dá R$ 50 bilhões ao ano. É inimaginável acharmos que somente uma empresa, independentemente do seu tamanho, seja capaz de enfrentar estes investimentos, isso não aconteceria. O que nós precisamos é de diversificação das empresas, o maior número delas investindo no Brasil”, afirmou Oddone. (Agência Brasil)