Comércio digital projeta 220 milhões de pedidos

Para atrair clientes que não saem mais de casa para comprar, sindicatos como o das farmácias e drogarias incentivam modernização do atendimento

Postado em: 29-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Para atrair clientes que não saem mais de casa para comprar, sindicatos como o das farmácias e drogarias incentivam modernização do atendimento

Lívia Soares compra roupas e cosméticos pelo WhatsApp

O faturamento do comércio eletrônico no Brasil cresce vertiginosamente e deve ultrapassar, neste ano, o lucro da indústria gastronômica, um das mais proeminentes entre os produtos de primeira necessidade. Enquanto o setor dos bares, restaurantes e similares tem registrado, nos últimos anos, um faturamento na ordem de R$ 60 bilhões, segundo o Instituto Food Service Brasil (IFB), o mercado de compras pela internet tende a crescer 15% em 2018 e encerrar o ano com 220 milhões de pedidos e R$ 69 bilhões em caixa. É o que estima a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Consumidores como a coordenadora de atendimento Lívia Soares, do Jardim Goiás, em Goiânia, já não saem mais de casa para comprar produtos que dispensam assistência profissional. Entre os canais de venda digitais, como site, e-mail marketing e redes sociais, ela aderiu ao WhatsApp para comprar roupas e cosméticos. Lívia revela que gasta em média R$ 100, mensalmente, com os produtos que adquire pela internet. “Para mim, o principal atrativo para comprar pelo WhatsApp é a comodidade. Só de não ter que sair de casa, já é benefício muito grande”, comenta a comerciária.

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Funcionária pública, Patrícia Mesquita, de Aparecida de Goiânia, também é adepta das compras on-line. Pelo celular, ela aciona a farmácia do bairro, na Região Central da cidade, e pede via WhatsApp remédios livres de prescrição médica e produtos de higiene pessoal. As compras chegam minutos depois. Ela ainda frequenta o ponto físico da farmácia, mas só quando já está perto do estabelecimento por algum outro motivo. Então, aproveita para ir à drogaria. “É bem melhor comprar de casa mesmo, pela internet, porque evita de gastar tempo e dinheiro para ir comprar na farmácia”, ressalta.

Farmácias se reinventam na internet

Entidade representante das farmácias e drogarias, o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sincofarma-GO) incentiva as empresas do segmento a implementar novos canais digitais, como os mensageiros eletrônicos. O intuito é de oferecer as plataformas de atendimento que mais se adequam ao perfil do consumidor. “É preciso facilitar o acesso à loja. Com o crescimento da internet, quando se fala em acesso, é preciso ter em mente o universo virtual, que se tornou tão essencial quanto o presencial”, analisa o presidente do Sincofarma-GO, João Aguiar Neto.

Além da comodidade de comprar do sofá de casa, a personalização do atendimento é outro fator que pesa na escolha de quem decide adquirir produtos direto da tela do celular ou computador. A administradora de empresas Rebeca Silva faz compras pelo WhatsApp, mas na condição de conhecer pessoalmente o fornecedor. Pelo aplicativo, ela encomenda roupas a cada 60 dias com amigas que possuem lojas virtuais. “Eu só falo o número e elas trazem [os produtos] para mim. E se precisar de trocar, eu peço pelo WhatsApp também. É uma facilidade grande o fato de não precisar ir à loja; fora a economia que gera para a gente”, enumera a administradora, que mora em Aparecida. A cada vez que recorre ao comércio digital, Rebeca gasta em média R$ 85 com roupas e acessórios do vestuário.

No ano passado, os brasileiros fizeram 111,2 milhões de pedidos nos e-commerces, segundo pesquisa da consultoria digital Ebit. 

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