Vazio sanitário da soja começa no dia 27 de junho em Goiás

Portaria estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária manteve o período até 24 de setembro em solo goiano

Postado em: 17-05-2024 às 07h00
Por: Thais Cristina Teixeira
Imagem Ilustrando a Notícia: Vazio sanitário da soja começa no dia 27 de junho em Goiás
Durante esse período fica vetado o plantio e semeadura do grão nas fazendas de produção agrícola | Foto: Thiago Antônio Espinosa/Embrapa

O vazio sanitário da soja em Goiás será mantido no período de 27 de junho a 24 de setembro em Goiás. A informação foi publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Portaria nº 1.111, de 13 de maio de 2024, que estabeleceu o período de vazio sanitário e o calendário de semeadura para a safra 2024/2025 em todo o território nacional. 

Esse vazio sanitário é o “período definido e contínuo em que é proibido cultivar, manter ou permitir, em qualquer estágio vegetativo, plantas vivas emergidas de uma espécie vegetal em uma determinada área”. Nesse prazo, portanto, plantas voluntárias de soja devem ser eliminadas. 

Com essa confirmação de data, o produtor rural goiano poderá efetuar a semeadura da soja no período de 25 de setembro deste ano até 02 de janeiro de 2025, podendo cadastrar as lavouras no Sistema de Defesa Agropecuário (Sidago) até 15 dias após o término do calendário de semeadura. 

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É importante ressaltar que a prorrogação do calendário de semeadura da soja na safra 2023/2024, que estendeu até 12 de janeiro deste ano em Goiás, aconteceu em caráter excepcional devido às condições climáticas adversas, mediante pedido da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) autorizado pelo Mapa, o que não alterou o período do vazio sanitário para 2024, que segue o mesmo da safra anterior.

Durante os 90 dias de vigência do vazio sanitário da soja, o produtor precisa manter as áreas sem a presença da tiguera da soja, bem como cumprir a determinação legislativa que proíbe o cultivo da soja nesse período. 

Um dos objetivos é prevenir a ocorrência e evitar a proliferação da ferrugem asiática, já que plantas voluntárias que nascem nas áreas cultivadas após a colheita da safra, podem se tornar hospedeiras do fungo causador da doença, acarretando severos danos econômicos à produção da próxima safra.

O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Ricardo Caixeta Ramos, explica que a medida fitossanitária visa reduzir o índice populacional da ferrugem asiática no campo, levando à economia da atividade agrícola e ganhos socioambientais. 

“Temos verificado em campo como os produtores estão mais conscientes da importância de se respeitar o vazio sanitário, ao cumprirem o calendário definido pelo Governo Federal, e também as instruções normativas expedidas pela Agrodefesa sobre o assunto”, defende Caixeta.

A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio e Silva, explica que desde 2004 a medida preventiva vem sendo praticada em Goiás. “É importante ressaltar que o vazio sanitário é uma ação que tem sua eficácia comprovada por pesquisas científicas”, argumenta a gerente.

Semeaduras tardias de soja podem receber inóculo [esporos (“sementes”) do fungo] já nos estádios vegetativos, exigindo a antecipação da aplicação de fungicida e demandando maior número de aplicações. Quanto maior o número de aplicações, maior a exposição dos fungicidas e maior a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas.

Questões climáticas

No final de 2023, após atender ao clamor do setor produtivo, a Agrodefesa conseguiu junto ao Mapa a prorrogação do prazo de semeadura da soja por dez dias além do estabelecido anteriormente pelo órgão. Com isso, os produtores goianos – que teriam que encerrar a semeadura em 02 de janeiro – puderam se dedicar ao replantio até o dia 12 de janeiro.

A medida foi motivada pela forte influência do fenômeno El Niño no Estado, que ocasionou irregularidades das chuvas em Goiás, associada a elevadas temperaturas no segundo semestre de 2023, o que comprometeu o desenvolvimento da planta, levando muitos produtores a buscarem no replantio uma solução economicamente viável para suas lavouras.

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