Batata e banana registram queda de preços no atacado

Setor movimentou 17,4 milhões de toneladas de produtos hortigranjeiros, representando R$ 66,7 bilhões

Postado em: 21-05-2024 às 07h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Batata e banana registram queda de preços no atacado
Conab afirma que este pode ser um sinal de início do período de entressafra do tubérculo | Foto: Leandro Braz/O Hoje

A batata comercializada nos principais mercados atacadistas ficou mais barata pelo segundo mês seguido. A maior queda foi registrada na Central de Abastecimento de Santa Catarina, com redução de 25,1% em relação às cotações de março. Os preços ficaram mais baixos mesmo com a menor oferta do tubérculo se comparar março e abril, uma vez que a demanda pelo produto também caiu.

A queda de preços foi apresentada pelo 5° Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), mas segundo a Conab, esse comportamento pode não se repetir no relatório de maio. No início deste mês, a média dos preços nas Ceasas está acima da praticada em abril.
De acordo com a análise da Conab, este pode ser um sinal de início do período de entressafra do tubérculo, uma vez que há uma tendência de o pico da safra das águas ter passado, e iniciado, por outro lado, a safra da seca/inverno, que ainda não se apresenta suficiente forte para pressionar a cotações para baixo.

Queda também para a banana. Segundo o Boletim da Companhia, houve aumento da oferta nacional, principalmente da variedade nanica do Vale do Ribeira (SP), norte mineiro e norte catarinense. Esse incremento na quantidade do produto também pressionou os preços da banana prata. O cenário para o consumidor para a fruta se mostra mais favorável que a batata, uma vez que há perspectiva da chegada de boa safra em meados de junho, as cotações devem diminuir ainda mais, tanto para a variedade prata quanto nanica.

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Laranja e melancia foram os outros produtos que apresentaram redução nos preços. O clima mais frio impacta de forma negativa a demanda pelas duas frutas, o que exerce pressão de queda nas cotações. Já as demais frutas e hortaliças analisadas no Boletim Prohort ficaram mais caras no último mês.

No caso da alface, as chuvas registradas nas regiões produtoras até o meio do mês passado impactaram na oferta da folhosa e elevaram os preços. Para a cenoura, a alta interrompe dois meses de queda nas cotações praticadas. Com o menor envio da raiz a partir de Minas Gerais, principal abastecedor, ocorre a natural pressão de demanda sobre produções de outros estados. O aumento de preço registrado em abril, persiste no início de maio, denotando que a oferta ainda não se recuperou.

No caso da cebola, a alta nos preços vem sendo registrada desde outubro do ano passado, sendo registrada uma queda apenas em janeiro. Mesmo com a oferta declinante no sul do país, essa região continuou em abril a ter maior representatividade no comércio total de cebola nas Ceasas. Porém, a partir de maio, com o término da safra catarinense, o abastecimento passa a ser feito pela produção de Goiás, de Minas Gerais e da Bahia.

De acordo com o documento, em 2023, este setor movimentou 17,4 milhões de toneladas de produtos hortigranjeiros, representando R$ 66,7 bilhões. O resultado representa um aumento de 4,73% no quantitativo comercializado e de 9,6% no valor transacionado, em comparação a mesma base de dados de 2022.

O levantamento também mostra que as Ceasas da região Sul foram as únicas que apresentaram redução no volume comercializado (-4,94%) e no valor transacionado (-1%) em relação à 2022, reflexo dos efeitos do El Niño na região, com excesso de chuvas que prejudicaram a produção de hortigranjeiros. Já as demais apresentaram aumento tanto na quantidade comercializada como no valor transacionado.

Dentre as frutas, maçã e mamão registraram alta nos preços praticados. A colheita da gala e seu armazenamento nas câmaras frias foram finalizados, com um menor volume colhido e, por isso, menores estoques acumulados. Já a maçã fuji teve colheita lenta por causa das chuvas na Região Sul que castigaram os pomares em março e abril, principalmente no estado gaúcho. Para o mamão, houve queda da oferta nas zonas produtoras do Sudeste. Esse quadro só começou a ser amenizado no fim do mês, com a pequena elevação da oferta e da qualidade das frutas.

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