Dólar atinge R$ 5,28 em meio à queda das commodities e bolsa cai pela quinta vez seguida

Em um dia marcado por volatilidade nos mercados, o dólar comercial fechou, nesta terça-feira (4), cotado a R$ 5,285, com alta de 0,96% em relação ao dia anterior. Essa é a maior cotação da moeda norte-americana desde 5 de janeiro de 2023, quando atingiu R$ 5,35. No acumulado do mês, o dólar registra alta de 2,2%, e de 8,9% no ano.

A valorização do dólar se deu principalmente em função da queda das commodities no mercado internacional, como petróleo, ferro e soja. Esses produtos são os principais itens da pauta de exportação brasileira, e a desvalorização internacional reduz a entrada de dólares no país, pressionando a cotação da moeda norte-americana para cima.

No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia em queda de 0,17%, a 121.802 pontos. Essa é a quinta queda consecutiva do índice, que atingiu o menor patamar desde 13 de novembro de 2023. A desvalorização foi puxada pelas ações de petroleiras e mineradoras, as mais negociadas na bolsa.

Apesar da divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre, a curva de juros de longo prazo fechou o dia em alta, pressionada pelas incertezas em torno do projeto que visa compensar a desoneração da folha de pagamento. A medida, que limita o uso de compensações do PIS/Cofins, ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e pretende arrecadar R$ 29,2 bilhões.

Segundo especialistas, a combinação de fatores internos e externos contribui para a volatilidade do mercado cambial e acionário brasileiro. Entre os fatores externos, destacam-se a política monetária dos Estados Unidos, o cenário geopolítico global e as flutuações nas commodities. Já no âmbito doméstico, os investidores acompanham de perto as medidas fiscais do governo, o andamento das reformas estruturais e o cenário político.