Mais de R$ 8 bi em valores a receber não foram sacados

Entre os beneficiários que ainda não resgataram os montantes, 41.104.921 são pessoas físicas

Postado em: 08-06-2024 às 03h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Mais de R$ 8 bi em valores a receber não foram sacados
No mês de abril, o montante retirado foi de R$ 280 milhões | Foto: José Cruz/ABr

Até o final de abril, foi divulgado pelo Banco Central que os cidadãos brasileiros ainda não retiraram um montante de R$ 8,16 bilhões que estão esquecidos no sistema financeiro. De acordo com as informações, até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já restituiu R$ 6,78 bilhões, de um montante total de R$ 14,94 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras.

Os dados do Sistema de Valores em Recuperação são compartilhados com um atraso de dois meses. Até o final de abril, 20.248.670 pessoas haviam resgatado fundos. Mesmo tendo ultrapassado os 20 milhões, isso corresponde a apenas 31,34% do total de 64.618.095 indivíduos listados desde o início do projeto, em fevereiro de 2022.

Dentre os beneficiários que já efetuaram o saque, 19.045.510 são indivíduos e 1.203.160 representam empresas. Entre os beneficiários que ainda não resgataram os montantes, 41.104.921 são pessoas físicas e 3.264.504 são pessoas jurídicas.

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A maioria dos indivíduos e organizações que ainda não realizaram o resgate possuem direito a quantias reduzidas. Cerca de 63,54% dos beneficiários têm valores a receber de até R$ 10. Os valores variando de R$ 10,01 a R$ 100 correspondem a 24,95% dos beneficiados. Já as quantias situadas entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,73% dos clientes. Apenas 1,78% possuem direito a receber quantias superiores a R$ 1 mil.

Após um período de inatividade de cerca de um ano, o Sistema de Valores Restituídos (SVR) voltou a funcionar em março de 2023, implementando novas fontes de financiamento, um sistema de agendamento atualizado e a opção de resgate de saldo de indivíduos falecidos. No mês de abril, o montante retirado foi de R$ 280 milhões, representando um aumento em relação ao mês anterior, quando foram resgatados R$ 218 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. 

Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Fontes de recursos

Também foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

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