Dólar sobe pela segunda vez seguida e atinge maior nível em um ano e meio

Expectativa por juros nos EUA impulsiona moeda americana; Ibovespa fecha estável

Postado em: 10-06-2024 às 20h57
Por: Vitória Bronzati
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A decisão do Fed sobre os juros e o andamento das negociações da MP do PIS/Cofins são os principais fatores que devem influenciar o mercado nos próximos dias | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em meio à expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, o dólar subiu pela segunda vez consecutiva, nesta segunda-feira (10), alcançando o maior patamar em um ano e meio. A bolsa de valores brasileira, por outro lado, oscilou ao longo do dia, mas encerrou com leve queda.

O dólar comercial fechou a segunda-feira cotado a R$ 5,357, com alta de R$ 0,033 (0,61%). A moeda americana iniciou o dia em queda, tocando R$ 5,31 nos primeiros minutos de negociação, mas logo inverteu a trajetória e subiu gradativamente até atingir R$ 5,38 por volta das 10h30. Na sequência, desacelerou e estabilizou-se na faixa de R$ 5,35. Com o resultado de hoje, o dólar acumula alta de 2,06% em junho e se encontra no valor mais alto desde 4 de janeiro de 2023. No ano, a moeda norte-americana registra valorização de 10,39%.

No mercado acionário, o dia foi marcado pela volatilidade. O índice Ibovespa, principal indicador da B3, oscilou entre 119.800 e 121.400 pontos ao longo do pregão, para finalmente fechar em 120.760 pontos, com leve queda de 0,01%.

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Olhares voltados para os EUA

O mercado financeiro global acompanha de perto os Estados Unidos nesta semana. Na quarta-feira (12), o Fed deve anunciar sua decisão sobre os juros da maior economia do mundo, que estão no maior nível em 40 anos. O Banco Central espera manter a taxa, mas o tom do comunicado será crucial para os investidores. Eles buscam pistas sobre a possibilidade de o aumento da criação de empregos nos EUA atrasar o início da queda das taxas para o próximo ano.

Juros altos em economias desenvolvidas, como os EUA, tendem a estimular a fuga de capitais de países emergentes como o Brasil. No caso brasileiro, o problema se intensifica com a queda nos preços internacionais do ferro e do petróleo, principais itens de exportação do país. Essa queda reduz a entrada de dólares na economia nacional.

Cenário doméstico incerto

No cenário doméstico, a incerteza em torno da medida provisória que limita as compensações do PIS/Cofins também contribui para a volatilidade do mercado. A proposta tem gerado resistência entre setores da economia e ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou disposição para negociar o texto com os parlamentares e explicar os principais pontos da medida aos empresários.

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