Federarroz apoia cancelamento de leilão de arroz importado
Entidade afirma que produção nacional é suficiente para abastecimento interno
Por: Vitória Bronzati
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A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) considerou acertada a decisão do governo de anular o leilão público para a compra de arroz importado. A anulação, realizada na terça-feira (11), ocorreu após questionamentos sobre a capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras.
Alexandre Velho, presidente da Federarroz, argumentou que a importação do arroz para venda a preço subsidiado pode desestimular os produtores nacionais e aumentar a dependência externa. Segundo ele, a medida representaria uma ameaça não apenas ao setor produtivo, mas também às cooperativas e indústrias, resultando em uma possível redução da área de cultivo de arroz no próximo ano.
Velho criticou a proposta do governo de vender o arroz importado a R$ 4 por quilo, considerando o preço inviável para os produtores brasileiros. Ele destacou que o subsídio ao arroz estrangeiro cria uma concorrência desleal, prejudicando os produtores nacionais, que oferecem um produto de alta qualidade.
A Federarroz assegurou que não há risco de desabastecimento no país. A área plantada aumentou este ano e, apesar da quebra de safra no Rio Grande do Sul, 85% da área já havia sido colhida antes das enchentes. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima uma produção de 10,5 milhões de toneladas de arroz em 2024, um crescimento de 2% em relação a 2023.
Com a redução das exportações em cerca de 300 mil toneladas, Velho questiona a necessidade da importação. “Temos um aumento de área e produção, mesmo com a quebra de parte da safra gaúcha. Onde está a justificativa técnica para tal atitude?”, indaga o presidente da Federarroz.
Nesta quinta-feira (13), a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz realizará uma reunião extraordinária para debater a posição do setor produtivo, das cooperativas e das indústrias. “Todo o setor orizícola brasileiro é contra essa medida precipitada do governo”, declarou Velho.
O Ministério da Agricultura e Pecuária justificou que o leilão visava manter a política de estoques reguladores e evitar a especulação nos preços, diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores gaúchos após a tragédia climática no estado, responsável por 70% da produção nacional. Um novo processo será realizado para a compra do cereal, ainda sem data definida.
Na quarta-feira (12), Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), determinou a abertura de um processo de averiguação sobre o leilão. A Conab também solicitou à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Polícia Federal uma análise de todo o processo. A companhia reafirmou o compromisso com a transparência e a segurança jurídica.
Com informações da Agência Brasil