Dólar ultrapassa R$ 5,40 pela primeira vez desde janeiro

Cotação dispara após discurso do presidente Lula e decisão do Fed; Bolsa cai ao menor nível em sete meses

Postado em: 12-06-2024 às 21h07
Por: Vitória Bronzati
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No acumulado de junho, o dólar já subiu 3,01% e, em 2024, a alta é de 11,42% | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Nesta quarta-feira (12), o dólar comercial foi vendido a R$ 5,407, marcando uma alta de R$ 0,046 (+0,86%). A moeda iniciou o dia em queda, atingindo R$ 5,34 nos primeiros minutos de negociação, mas inverteu a tendência após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar sobre gastos públicos.

Durante a tarde, a cotação desacelerou para R$ 5,36, mas voltou a subir após o resultado da reunião do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. Esta é a maior cotação desde 4 de janeiro de 2023. No acumulado de junho, o dólar já subiu 3,01% e, em 2024, a alta é de 11,42%.

No mercado de ações, o dia também foi marcado por tensões. O índice Ibovespa, da B3, fechou com uma queda de 1,4%, aos 119.936 pontos, atingindo o menor nível desde 9 de novembro do ano passado.

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Tanto fatores internos quanto externos contribuíram para o nervosismo no mercado. No Brasil, a devolução da medida provisória que visava limitar a compensação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) gerou incertezas sobre como o governo e o Congresso levantarão cerca de R$ 26,3 bilhões para equilibrar as contas em 2024.

Pela manhã, o presidente Lula prometeu equilíbrio fiscal em seu discurso. “Estamos arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar equilíbrio fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público”, declarou. A fala, no entanto, não foi bem recebida pelo mercado financeiro.

No cenário externo, o dólar começou o dia em baixa após a inflação ao consumidor nos Estados Unidos ficar em 0,16% em maio, metade da expectativa de 0,3%. Porém, a situação mudou durante a tarde. Após a reunião em que manteve os juros no maior nível em 40 anos, o Fed indicou que deve realizar apenas um corte de 0,25 ponto percentual antes do final do ano, mesmo com a inflação em queda.

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