Indústria de alimentos é a que mais emprega no Brasil, diz IBGE

Setor se consolida como principal empregador, com quase um quarto dos postos de trabalho

Postado em: 28-06-2024 às 03h30
Por: Alexandre Paes
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Trabalhadores em ação na linha de produção de uma fábrica de alimentos | Foto: Reprodução

O setor de fabricação de alimentos continua sendo o maior empregador da indústria brasileira, representando 22,8% dos 8,3 milhões de trabalhadores do setor em 2022. Esses dados foram revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (27), por meio da Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa.

Além da fabricação de alimentos, a indústria de confecção de artigos do vestuário e acessórios e a fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, também se destacam. Juntos, esses setores representam 7% e 5,9% do total de trabalhadores, respectivamente.

Em 2022, o Brasil contava com 346,1 mil empresas industriais, empregando um total de 8,3 milhões de pessoas. Essas empresas geraram uma receita líquida de vendas de R$ 6,7 trilhões e um valor de transformação industrial de R$ 2,5 trilhões. Destes, 89,3% vieram das indústrias de transformação.

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A PIA-Empresa destacou que, em 2022, 97,3% dos trabalhadores estavam empregados nas indústrias de transformação, um percentual praticamente estável em comparação com 2013, quando esse número era de 97,5%. As indústrias extrativas, por sua vez, empregaram 2,5% da força de trabalho industrial em 2013 e mantiveram essa representatividade ao longo dos anos.

Os dados demonstram a robustez e a estabilidade do setor industrial brasileiro, com a fabricação de alimentos mantendo-se como o pilar do emprego industrial no país.

Em 2022, o salário médio pago na indústria foi de 3,1 salários mínimos (s.m.), tendo se reduzido em 0,3 s.m. em relação a 2013. Esse decréscimo foi reflexo do comportamento dos salários médios tanto nas Indústrias extrativas quanto nas Indústrias de transformação, que tiveram quedas, respectivamente, de 6,3 s.m. para 5,2 s.m. e de 3,3 s.m. para 3,0 s.m. no mesmo período.

Produtos líderes 

O IBGE também divulgou a Pesquisa Industrial Anual – Produto (PIA-Produto). Em 2022, foram pesquisados cerca de 3.400 produtos e serviços industriais em aproximadamente 39,8 mil unidades locais industriais distribuídas por mais de 33,1 mil empresas.

No ranking dos dez principais produtos industriais, óleos brutos de petróleo foi o produto com a maior receita líquida de vendas na indústria brasileira, com receita de R$ 274,5 bilhões e participação de 5,3% do total da receita líquida industrial nacional.

O aumento da cotação do barril de petróleo contribuiu para este cenário, e fez com que o produto ganhasse uma posição no ranking. Óleo diesel, por ser um derivado de petróleo, também foi influenciado pela elevação no seu preço e ocupou a segunda posição, com receita líquida de vendas de R$ 200 bilhões e participação de 3,9% no total.

Em seguida, minérios de ferro (R$ 159,6 bilhões e 3,1% de participação) recuou duas posições em função da queda nos preços internacionais provocada pela menor demanda chinesa, ainda impactada por paralisações nas fábricas devido à covid-19. Os dez produtos com as maiores receitas, em conjunto, concentraram 23,4% do valor das vendas em 2022, participação superior à observada em 2021 (22,9%).

Há ainda carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 114,7 bilhões e 2,2% de participação); adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) (R$ 102,8 bilhões e 2%); gasolina automotiva (R$ 90,3 bilhões e 1,7%); tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja (R$ 76,1 bilhões e 1,5%); álcool etílico (etanol) não desnaturado para fins carburantes (R$ 67,5 bilhões e 1,3%); óleos combustíveis, exceto diesel (R$ 67 bilhões e 1,3%); e automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada maior que 1.500 cm3 ou menor ou igual a 3.000 cm3 (R$ 60,6 bilhões e 1,2%).

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