Goiás desponta como polo industrial do Centro-Oeste

Dados são referentes a 2022 e foram divulgados pelo IBGE. Pesquisa ainda mostra Estado no topo do ranking na região em outras quatro variáveis

Postado em: 29-06-2024 às 03h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiás desponta como polo industrial do Centro-Oeste
O Estado puxa o ranking na região com 7.037 unidades, o equivalente a 52,6% do total | Foto: Marcelo Camargo/ABr

Com o terceiro maior número da série histórica iniciada em 2007, Goiás é líder na quantidade de unidades locais de empresas industriais com cinco ou mais pessoas ocupadas, no Centro-Oeste, aponta a Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada nesta quinta-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados referentes a 2022. O estado puxa o ranking na região com 7.037 unidades, o equivalente a 52,6% do total, seguido por Mato Grosso (3.154), Mato Grosso do Sul (1.929) e Distrito Federal (1.262). 

“Esse resultado mostra o excelente trabalho que o governo estadual realiza, valorizando e estimulando a potencialidade de Goiás, o que nos leva a estar à frente em diversas pesquisas, muitas vezes superando a média nacional”, comemora o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Joel de Sant’Anna Braga Filho. 

Em outras quatro variáveis analisadas no levantamento, Goiás também é destaque no Centro-Oeste: é a unidade federativa que mais gerou receita líquida de vendas (R$ 229,4 bilhões); com o maior contingente de pessoas ocupadas (253 mil), e que receberam um total de R$ 10,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Além disso, a atividade industrial goiana gerou R$ 64,8 bilhões em valor de transformação industrial (VTI), número superior ao do Mato Grosso (R$ 41,1 bilhões), Mato Grosso do Sul (R$ 36 bilhões) e Distrito Federal (4 bilhões).     

Continua após a publicidade

Visão dos empresários 

Com localização estratégica no coração do Brasil, Goiás vem se destacando como um polo de atração para empresas industriais de diversos setores. A combinação de infraestrutura em desenvolvimento, incentivos fiscais atrativos e uma mão de obra qualificada faz com que o estado se torne cada vez mais competitivo no cenário nacional.

Na visão de Carlos Mendes, CEO de uma empresa de alimentos processados, Goiás oferece uma vantagem logística incomparável para empresas industriais. “Estamos no centro do país, o que facilita a distribuição de produtos para todas as regiões do Brasil. Além disso, o governo estadual tem investido em infraestrutura, melhorando rodovias e facilitando o transporte de mercadorias. Essa combinação de localização e infraestrutura é um grande diferencial para qualquer empresa que deseja expandir suas operações”, argumenta.

Quando o assunto é setor agrícola, Ricardo Souza, proprietário de uma fábrica de equipamentos agrícolas, conta que a mão de obra qualificada em Goiás é um dos grandes pontos fortes do estado. “Temos acesso a profissionais altamente capacitados, graças às instituições de ensino técnico e superior da região que formam talentos especializados nas necessidades da indústria. Isso não apenas melhora a eficiência da nossa produção, mas também nos permite inovar e desenvolver novos produtos. Goiás realmente se destaca como um excelente lugar para investir em indústria”, ressalta.

Fernanda Lima, diretora de uma indústria farmacêutica, exemplifica que o ambiente de negócios em Goiás é extremamente favorável. “Os incentivos fiscais oferecidos pelo estado são um grande atrativo para indústrias que procuram reduzir custos operacionais. Nossa empresa conseguiu reinvestir parte desses benefícios em pesquisa e desenvolvimento, aumentando nossa competitividade no mercado. A parceria com o governo local tem sido essencial para o nosso crescimento”, contou entusiasmada com a projeção de crescimento futuro. 

Perfil das indústrias 

A PIA ainda mostrou que a fabricação de produtos alimentícios, uma das atividades inseridas na indústria da transformação, representa mais da metade da receita líquida industrial de Goiás com participação de 54,9%. O valor de transformação industrial é liderado também pela fabricação de produtos alimentícios (R$ 26,9 bilhões), que ainda conta com o maior número de unidades locais (1.383), 19,7% do total do estado; e com a maior participação em pessoal ocupado (37,3% do total neste item em Goiás).   

O salário médio mensal pago pelas indústrias goianas foi de R$ 3.057,23, duas vezes e meia o salário mínimo de 2022. A atividade que melhor paga é a da metalurgia, cujo rendimento do pessoal ocupado é 4,79 s.m (salário mínimo), seguida pela extração de minerais metálicos e, depois, pela fabricação de produtos químicos. 

Já quando a análise leva em conta o quesito produto, estão no topo do ranking goiano tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja, com um valor de produção de R$ 17 bilhões e receita líquida de vendas de R$ 14,9 bilhões. Carnes de bovinos frescas ou refrigeradas subiram uma posição, alcançando o segundo lugar, com produção de R$ 12,5 bilhões e receita líquida de R$ 12,4 bilhões. Já o álcool etílico (etanol) não desnaturado, com teor alcoólico em volume maior ou igual a 80%, anidro ou hidratado para fins carburantes ficou na terceira posição com valor de produção de R$ 9,5 bilhões e receita líquida de vendas de R$ 9,5 bilhões.

Veja Também