Agricultura familiar terá R$ 76 bilhões para produção de alimentos

Governo federal dará ainda mais incentivos a quem produzir alimentos que vão à mesa dos brasileiros e da biodiversidade

Postado em: 04-07-2024 às 02h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Agricultura familiar terá R$ 76 bilhões para produção de alimentos
Lula anuncia ações para estimular a produção de alimentos e garantir estabilidade de preços | Foto: Antonio Cruz/ABr

Na quarta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025, que disponibilizara R$ 76 bilhões para o crédito rural através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Esse montante representa um aumento de 6,2% em relação ao anunciado no último ano e é o maior já registrado na história.

“O plano agrícola generoso pode não ser a solução completa, mas representa o máximo esforço possível”, declarou Lula em seu pronunciamento no Palácio do Planalto. O chefe do executivo assegurou que o governo zelará para evitar prejuízos aos produtores e ressaltou a importância de incentivar a produção como forma de conter a inflação dos alimentos.

“Os valores dos produtos alimentícios sofrem alterações devido a diferentes condições climáticas, seja por falta de chuva, seja por excesso. Por isso, é essencial motivar as pessoas a cultivarem o máximo que puderem e assegurar que, durante a colheita, não sofrerão prejuízos por terem plantado muito. O governo precisa garantir uma compensação adequada para que esses produtores consigam levar seus produtos até os supermercados”, afirmou Lula.

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De acordo com as autoridades, considerando demais iniciativas divulgadas para beneficiar os pequenos agricultores, como auxílio na compra de equipamentos agrícolas de pequena escala, a expansão do financiamento rural de pequeno porte e a instituição de recursos que facilitam o acesso ao crédito, o montante investido atinge a marca de R$ 85,7 bilhões.

“Caso optemos por essa estratégia e adquirirmos novas máquinas para aumentar a produção de leite, queijo, tomate, pepino e chuchu, é possível evitar a inflação nos preços dos alimentos. A inflação alimentar ocorre quando a produção é insuficiente para atender à demanda, resultando em escassez nos supermercados e permitindo que os fornecedores elevem livremente os preços. Porém, se mantivermos uma produção adequada, não haverá falta de produtos nos supermercados e os preços se manterão estáveis.”O governo federal dará ainda mais incentivos a quem produzir alimentos que vão à mesa dos brasileiros e da biodiversidade. Cerca de dez linhas de financiamento de crédito rural do Pronaf tiveram redução de taxas. Para a produção orgânica, agroecológica e de produtos da sociobiodiversidade a taxa será de 2% no custeio e 3% no investimento. Quem produzir arroz, por exemplo, também encontrará juros reduzidos para o custeio, de 3%, no caso do convencional, e 2% no orgânico.

Neste plano safra, o governo ainda vem com uma nova estratégia nacional para ampliação da produção de arroz da agricultura familiar. São sete eixos principais: crédito, acompanhamento técnico, sementes, beneficiamento, comercialização e contratos de opção com o estabelecimento de um preço mínimo do produto.

O presidente pediu ainda que os sindicatos e organizações orientem os produtores sobre a existência dos créditos e programas e alertou que é preciso fiscalização para garantir que o dinheiro chegue na ponta.

Programa Ecoforte

Outro destaque do evento foi o lançamento do edital do programa Ecoforte para apoiar projetos de 40 redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica, cerca de 30 mil agricultores familiares. Serão destinados R$ 100 milhões para o programa, em projetos com valores entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. O recursos são fruto de acordo de cooperação da Secretaria-Geral da Presidência e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) com o BNDES e a Fundação Banco do Brasil.

Ainda, o governo lançou a iniciativa do Campo à Mesa, um edital de R$ 35 milhões para selecionar organizações da sociedade civil que fomentem sistemas de produção agroecológica. Outros dois editais lançados visam o fomento da organização produtiva e econômica de mulheres rurais: Quintais Produtivos, no valor de R$ 30 milhões, e Mulheres Rurais, de R$ 30,2 milhões.

As famílias agricultoras de baixa renda, com renda até R$ 50 mil por ano, poderão acessar até R$ 35 mil pelo Pronaf B (Agroamigo ou microcrédito rural), a linha com taxa de juros de 0,5% e desconto de até 40% para quem paga em dia. A ampliação de limite de crédito para as famílias passou de R$ 10 mil para R$ 12 mil e, para as mulheres, de R$ 12 mil para R$ 15 mil.

Uma novidade é a criação de um limite independente para jovens rurais no Pronaf B, no valor de R$ 8 mil. “Dessa forma, a juventude poderá desenvolver projetos produtivos específicos, incentivando a autonomia e a permanência do jovem no campo”, argumentou o governo.

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