Alunos do 6° e 7° anos aprendem habilidades financeiras em projeto educativo

Iniciativa batizada de ‘Cidade Inteligente na Mente’ oferece noções de gestão financeira e cidadania fiscal

Postado em: 19-07-2024 às 02h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Alunos do 6° e 7° anos aprendem habilidades financeiras em projeto educativo
Objetivo é ensinar aos jovens conhecimentos matemáticos, com práticas da educação financeira, tributária, investimentos e vendas | Foto: Divulgação/Seduc-GO

Aprender desde cedo como gerenciar as finanças pode facilitar muito a vida adulta. Com este pensamento, a professora Sônia Alexandre decidiu implantar no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Francisco Maria Dantas, de Goiânia, o projeto de educação financeira ‘Cidade Inteligente na Mente’. 

Voltado para estudantes dos 6° e 7° anos do ensino fundamental, o projeto promove, a partir da simulação de construção de uma cidade, habilidades de gestão financeira e cidadania fiscal. O objetivo é ensinar aos jovens conhecimentos matemáticos, com práticas da educação financeira, tributária, investimentos e vendas, além de incentivá-los a realizar as atividades em sala de aula.

No projeto, os alunos começam as atividades sem saldo e vão ganhando dinheiro fictício ao longo das aulas. A cada mês, com as aulas, atividades e exercícios, os estudantes aumentam as porcentagens do “salário” por cumprir a obrigação. As atividades na cidade refletem situações reais, já que os estudantes passam a desempenhar funções no município imaginário.

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Com apenas 12 anos, Ana Clara Santos já entende a importância de economizar e investir. “Antes do projeto, eu não sabia como o dinheiro funcionava de verdade. Agora, sei que é importante guardar uma parte do que ganho e pensar em como gastar de forma inteligente. O mais legal é que tudo que aprendemos na sala de aula podemos usar na nossa ‘cidade’ imaginária. Isso faz com que eu me sinta preparada para o futuro”, conta a estudante do 7º ano.

Pedro Henrique Silva, de 11 anos, destaca como o projeto tem mudado sua visão sobre o dinheiro e a cidadania. “Eu sempre achava que dinheiro era só para comprar coisas, mas agora sei que também serve para investir e pagar impostos, que são importantes para a cidade funcionar. No nosso projeto, cada um tem um papel, e eu gosto de ser responsável por uma área da cidade. Isso me faz entender que cada um de nós tem um papel importante na sociedade”, explica o aluno do 6º ano, orgulhoso de sua participação.

A “Cidade Inteligente na Mente” completa um ano em agosto. Para Sônia Alexandre, que é professora de matemática no Cepi Francisco Maria Dantas, a ideia é preparar os alunos para tomadas de decisões futuras mais seguras. “A partir deste projeto, pretendo mostrar os caminhos e as oportunidades que estes jovens terão para que sejam pessoas esclarecidas a respeito de finanças”, afirma ela.

A professora explica que a ideia surgiu da própria experiência de vida, das dificuldades, do difícil acesso aos investimentos e das dificuldades de gerenciamento financeiro. “Agora que represento o estado me sinto na obrigação de passar esses ensinamentos aos meus alunos, para que eles tenham mais facilidade em lidar com dinheiro na vida adulta”, destaca.

Para Letícia Almeida, também de 12 anos, o aprendizado vai além das finanças. “Aprendemos a trabalhar em equipe e a planejar. Quando começamos a simular a construção da nossa cidade, tivemos que pensar em como gastar o nosso ‘dinheiro’ de forma eficiente. Isso fez com que eu entendesse melhor como as decisões são tomadas no mundo real e como é importante ser responsável com o que temos. É uma experiência que levarei para a vida toda”, afirma a jovem, entusiasmada com o impacto positivo do projeto.

Com o projeto “Cidade Inteligente na Mente”, os 240 estudantes de 6° e 7° anos do Cepi Francisco Dantas estiveram entre os vencedores da 2ª edição do Prêmio Estadual de Educação Fiscal de Goiás, desenvolvido pela Associação dos Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (Affego). Classificados em 3° lugar, a professora Sônia Alexandre e os alunos receberam, em maio deste ano, uma premiação de mais de R$ 2 mil.

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