Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Santander pretende acabar com atendimento humano até final de 2019

Para o presidente do banco no país, Sergio Rial, os clientes precisam “desconstruir” o conceito de serem atendidos nos caixas por pessoas.

Postado em: 09-07-2019 às 15h35
Por: Leandro de Castro Oliveira
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Para o presidente do banco no país, Sergio Rial, os clientes precisam “desconstruir” o conceito de serem atendidos nos caixas por pessoas.

NIelton Soares

O presidente do Santander, Sergio Rial, declarou o fim do atendimento humano nos caixas das agências do Brasil. Para o executivo, que assumiu a direção do banco no país em 2016, o consumidor precisa “desconstruir” a necessidade de ser atendido por pessoas nos estabelecimentos físicos.  Ao passar a comandar o Santander Brasil, ele comemorou o fato da filial ser a mais importante no conglomerado espanhol. Naquele ano, no fim de março, o Santander Brasil atingiu a fatia histórica de 29% nos resultados globais do grupo espanhol. O resultado foi maior do que os alcançados por Inglaterra e a própria Espanha juntas. Com disso, Sergio Rial é lembrado como um forte candidato a presidir o banco mundialmente.

O executivo tem anunciado que até o final de 2019, a figura do atendimento humano deverá deixar de funcionar nas agências brasileiras do Santander. Rial disse que os clientes devem se “reabilitar a um mundo diferente”. A tendência da instituição será a utilização dos caixas diretamente pelas pessoas. “É um pouco do que acontece em qualquer loja. Raramente você vê nas lojas a figura do caixa”, salientou.

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Em relação à diminuição de estabelecimentos físicos, ele completa que a “estrutura física será redesenhada, não necessariamente reduzida”. Nesse sentido, os planos são de aberturas de mais de 300 agências até 2020.  “Desconstruímos as funções organizacionais. Chamamos as estruturas de lojas e não mais de agências. Só que as lojas vão ser vocacionadas. O banco mudou muito, mas a função custódia não vai mudar. Não é difícil pensar que a riqueza se torne um algoritmo, que terá de ser seguramente custodiado em algum lugar de confiança. A custódia de qualquer moeda não vai mudar. Pode até não ser chamado banco”, exemplificou Rial.

Desemprego

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (Seeb-RO), José Pinheiro, a declaração do executivo do banco causa mais preocupação aos funcionários do Santander. Uma vez que já sofrem perseguições e tentativas de demissões. “Sérgio Rial deixa claro que é a favor de iniciativas governamentais que foram criadas apenas para atacar direitos dos trabalhadores, como a reforma trabalhista e, atualmente, a reforma da Previdência”, comenta. 

O sindicalista criticou ainda o que chamou de empenho do Santander para o aumento do desemprego no país. E, da possível precariedade no serviço prestado. “Clientes e usuários, que atualmente já sofrem com espera de até duas horas, terão menos caixas para atendê-los, e a revolta generalizada será uma rotina dentro das agências. Mas não satisfeito, o Santander ainda quer obrigar o seu funcionário a trabalhar aos sábados, desrespeitando as leis trabalhistas e as convenções e acordos coletivos”, finalizou Pinheiro.

 

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