Setor de serviços emprega menos e paga pior

O setor de serviços tem menos empresas, que empregam menos e pagam salários menores que em 2016.

Postado em: 28-08-2019 às 10h30
Por: Aline Carleto
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O setor de serviços tem menos empresas, que empregam menos e pagam salários menores que em 2016.

Da Redação

O setor de serviços tem menos empresas, que empregam menos e pagam salários menores que em 2016. É o que mostra a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2017, que analisa a estrutura produtiva do setor de Serviços não financeiros no país.  Em 2017, o setor de  serviços tinha 1,307 milhão de empresas, que empregavam 12,302 milhões de pessoas e pagavam, em média, 2,2 salários mínimos.

Houve redução nos três indicadores na comparação com 2016, quando totalizavam 1,330 milhão de empresas (-1,7%), com 12,345 milhões de pessoas ocupadas (-0,3%), pagando 2,3 salários mínimos. No período, foram fechadas 23,1 mil empresas, especialmente no setor de Serviços prestados principalmente às famílias e Transportes e correio (26,9 mil empresas). Os números também caíram em relação a 2014, época em que o setor de serviços contava com 1,321 milhão de empresas (-1,1%), 13,0 milhões de trabalhadores (-5,3%) com remuneração média de 2,4 salários mínimos.

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A pesquisa revela também ter havido desconcentração nesse período. Isso porque as oito maiores empresas prestadoras de serviços não financeiros foram responsáveis por 9,5% da receita operacional líquida em 2017. Em 2008, elas respondiam por 14,0%. Em 2017, as empresas do setor de serviços geraram R$ 1,5 trilhão de receita operacional liquida e R$ 906,5 bilhões de valor adicionado bruto, além de terem pago R$ 336,7 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações.

Em dez anos, a atividade de Serviços de Informação e Comunicação perdeu importância relativa no total dos serviços, caindo da primeira para a terceira posição na participação da receita líquida, passando de 29,8%, em 2008, para 22,5%, em 2017. Contribuiu para isso a queda de relevância da atividade de Telecomunicações, cuja participação na receita caiu de 18,1% para 10,6%. 

Já o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que ocupava a segunda colocação há dez anos, passou a concentrar a maior parcela da receita operacional líquida (29,5%) em 2017, um aumento de 0,6 ponto percentual (p.p.), puxado pelo crescimento dos serviços ligados ao transporte rodoviário de cargas. A segunda maior receita líquida foi dos Serviços profissionais, administrativos e complementares (26,2%). Os demais segmentos mantiveram as posições do ranking na comparação com 2008.

O maior contingente de ocupados no setor, que correspondia a 4,9 milhões de pessoas (39,9%), atuava nos Serviços profissionais, administrativos e complementares, atividade em que se enquadram, por exemplo, as empresas de locação de mão de obra e vigilância. Em seguida, no ranking de maiores empregadores, apareceram Serviços prestados principalmente às famílias (22,6%), que passou da terceira para a segunda posição entre 2008 e 2017, e Transportes e serviços auxiliares aos transportes e correio (20,4%).

O salário médio no setor teve redução de 2,6 para 2,2 salários-mínimos

O salário médio nas empresas prestadoras de serviços não financeiros caiu de 2,6 salários mínimos (s.m.), em 2008, para 2,2 s.m. em 2017. A redução se deu em todos os segmentos, com exceção dos serviços prestados principalmente às famílias, que mantiveram o patamar de 1,5 s.m. no período e permaneceram com a menor remuneração média entre os segmentos. O setor de serviços de informação e comunicação mostrou a maior queda, com redução de 5,9 s.m. para 4,6 s.m. entre 2008 e 2017, influenciada pela diminuição do salário médio da atividade de telecomunicações, que reduziu em 3,2 s.m. no período.

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