Vendas de veículos apresentam expansão e movimentam economia do país

Nielton Soares

A produção e o volume de vendas de veículos estão aquecendo o mercado brasileiro. O que vem chamando a atenção é a novidade do segmento. No quesito carro, os consumidores vêm optando por modelos maiores, completos e melhores. A exigência é que tenha os equipamentos básicos: ar-condicionado, direção assistida, vidros elétricos e rádio. Outra tendência do setor é o recorde nas vendas de caminhões, puxado pelo agronegócio. 

A produção de veículos leves no Brasil aumentou 14,2% em julho, na comparação ao mês de junho. Durante esse período, foram produzidos 33 mil veículos. Em relação ao mesmo mês de 2018, o crescimento foi de 8,4% – acréscimo de 20,8 mil veículos em 2019. “Tivemos um mês bom, influenciado por três dias úteis a mais. E no acumulado do ano vemos uma melhora no índice de produção”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.

Esse resultado coloca julho de 2019 como o melhor mês em licenciamento desde 2014. O acumulado do primeiro semestre deste ano atingiu o volume de 1,55 milhão de veículos, entre carros leves e caminhões. Isso significou um aumento de 12,1%. A Anfavea previa uma alta anual de 11,4% – e era considerada otimista – porém no final houve superação das expectativas. Acerca de emplacamentos, julho deste ano, obteve alta de 9,1% em comparação a junho, em relação ao mesmo mês de 2018, o crescimento foi de 12%. 

Atualmente, o Brasil possui 66 fábricas automotivas, localizadas em 10 estados, tendo sedes ou filiais em 42 cidades brasileiras. Uma das maiores montadores brasileiras, detentoras de grandes marcas de veículos como Hyundai e Chery, está localizada em Anápolis. A empresa é o resultado da união entre a nacional Caoa e a chinesa Chery. A montadora gera cerca de 80 mil empregos diretos e indiretos na região. 

A parceria entre as duas empresas vem colhendo bons frutos no segmento brasileiro. Apenas no primeiro semestre deste ano, a montadora fechou o volume de vendas com alta de 276% em comparação a 2018. Os emplacamentos de janeiro a junho das marcas da montadora foram de 8.516 veículos, ante os 2.264 comercializadas no mesmo período do ano passado. A Caoa Chery alcançou a 14ª posição no ranking das montadoras do País.

Em relação ao volume de vendas de veículos leves no primeiro semestre de 2019, o Brasil totalizou 1,07 milhões de automóveis vendidos. A alta nesse segmento foi de 11,22% em relação ao ano passado. As marcas e modelos mais vendidos foram classificadas pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Na primeira posição ficou o Chevrolet Onix com 116.906 unidades emplacadas. Na sequência, aparece o Hyundai HB20 que teve 52.995 novos veículos. O Ford Ka somou 50.647 emplacamentos no período. O modelo Chevrolet Prisma e o Renault Kwid, 40.846 e 40.520, respectivamente. 

“Estamos discretamente otimistas com este início do segundo semestre, período que tradicionalmente tem resultados melhores que a primeira metade do ano. Todas as sinalizações macroeconômicas indicam um cenário mais positivo, sem falar de todas as reformas estruturantes a caminho e medidas de curto prazo para injetar recursos na economia brasileira”, projeta Luiz Carlos Moraes.

Caminhões 

No segmento de caminhões, o mês de julho foi também o melhor desde 2014. Quando foram licenciados 8,9 mil modelos, bem acima do registrado em 2018, quando se registrou 6,6 mil unidades. No primeiro semestre deste ano, o acumulado foi de 55,7 mil veículos.  Como feito de comparação, essa quantidade é maior do que o emplacamento de caminhões registrados em 2017, que fechou todo o ano em cerca de 50 mil unidades. 

O setor de caminhões, modelos pesados, foi o primeiro a apresentar produção positiva no início de 2019. De janeiro a abril foram produzidos mais de 18 mil veículos, uma alta de 24,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para os analistas do mercado, dentre os fatores que tem beneficiado o mercado está o agronegócio. Isso porque o recorde na colheita de grãos no País e a queda da taxa de juros têm resultado na troca da frota antiga por veículos novos.