Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Mulheres do agro lançam plataforma digital para interação, em Goiás

Site gratuito será espaço para networking, desenvolvimento pessoal e profissional contando com palestras, cursos, conteúdos de capacitação e notícias - Foto: Divulgação.

Postado em: 09-04-2020 às 08h00
Por: Nielton Soares
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Site gratuito será espaço para networking, desenvolvimento pessoal e profissional contando com palestras, cursos, conteúdos de capacitação e notícias - Foto: Divulgação.

Nielton Soares

As mulheres têm conquistado muitos postos na administração de empresas, setor público e nas últimas décadas vem ganhando espaço no meio rural, atuando na condução de negócios ligados ao agronegócio. Em Goiás, o exemplo de destaque é da dentista Marize Porto, que após ficar viúva, deixou São Paulo para assumir a gestão da Fazenda Santa Brígida, em Ipameri, a quase 200 quilômetros de Goiânia. Sem experiência, ela buscou auxílio e conseguiu superar desafios e resistência do segmento. Nesse contexto do papel feminino no campo, as irmãs Cristiana e Adriane Steinmetz tiveram a iniciativa de criarem uma plataforma digital para promover a interação entre mulheres que atuam no agronegócio.

Por meio de um portal, que será lançando hoje (09), pela União das Mulheres do Agro (UMA), chamado de ‘Uma Por Todas’, as mulheres de todo o país terão acesso a palestras, cursos, conteúdos de capacitação, notícias e interação, proporcionando um espaço amplo para networking e desenvolvimento pessoal e profissional, garantem as idealizadoras. O cadastro será gratuito e já está recebendo inscrições. O endereço de acesso é www.umaportodas.com.br  e o Instagram do grupo é @rede_umaportodas.

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“A necessidade do grupo veio após o falecimento do nosso pai, há cinco anos, quando nós nos deparamos com muitos desafios, assumindo o negócio, eu, minha mãe e minha irmã. Então veio a ideia de criar um grupo, onde nós pudéssemos nos fortalecer, trocar experiências, buscar conhecimento” e ganhou novas projeções, relatou Adriane, que é graduada em Jornalismo, e junto com a irmã, Cristiane, que é formada em Direito, a mãe, Clélia Steinmetz, administram a Fazenda Boa Vista, no município de Mineiros, no Sudoeste goiano, a 420 quilômetros da Capital. São elas que negociam com fornecedores, conduzem a administração e burocracia dos negócios. 

Mesmo com essas atividades, decidiram criar a UMA, mantendo um grupo virtual ‘Mulheres do Agro de Mineiros’, onde participam mais de 200 mulheres, compartilhando conhecimentos, trocando experiências e realizando eventos presenciais periodicamente, suspensos neste período devido à pandemia do novo coronavírus. “Quando nós nos unimos, nós ganhamos forças, e conseguimos também fortalecer o cenário agropecuário e conquistar o devido reconhecimento pelo nosso trabalho”, acredita Adriane. As duas se especializaram em coach de agro, com foco em mulheres, e esperam compartilhar conhecimentos.

Elas explicam que para se integrar a UMA não haverá custo de inscrição e nem mensalidade. A própria plataforma deve gerar os recursos financeiros para bancar custos operacionais e de manutenção. O lançamento inicial foi presencial e aconteceu no 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agro, em outubro do ano passado, em São Paulo, com a participação de mulheres e de empresas parceiras. 

Para este ano, as irmãs, Cristiane e Adriane, planejavam fazer um novo lançamento presencial, porém foram obrigadas a refazer os planos recentemente, por causa da quarentena. Pelo visto, nem esse empecilho deteve o empenho dessas mulheres em quebrar paradigmas do meio rural. “Queremos fortalecer cada vez mais o setor agropecuário feminino para que ele seja reconhecido e respeitado com o devido merecimento”, frisa Adriane. O girassol foi o símbolo escolhido por elas “no sentido de sermos luz e energia umas para as outras”, indica  Cristiane.

Mulheres no campo 

O ingresso de mulheres no agronegócio, dominado por homens, tem aumentado nas últimas décadas no Brasil. Uma pesquisa da Ideagri, realizada no ano passado e publicada na terceira edição do Índice Ideagri do Leite Brasileiro, na qual classificava as 90 melhores fazendas de produção de leite, 30% delas eram administradas por mulheres ou contavam com a gerência ou assistência técnica feminina. 

Um exemplo bem sucedido em Goiás e reconhecido nacionalmente sobre atuação da mulher no agro foi da dentista Marize Porto Costa, que conseguiu recuperar as finanças e todo o ambiente natural da Fazenda Santa Brígida, localizada no município de Ipameri. Ela assumiu a propriedade em 2002, após o falecimento do esposo. Antes, ela visitava pouco o local, que era uma fazenda pecuarista de corte com 960 hectares. Porém com a gestão dela, implantando um novo modelo: a Lavoura‑Pecuária‑Floresta (iLPF), garantindo produtividade, rentabilidade e empregabilidade, com sustentabilidade. (Especial para O Hoje)

 

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