Estado registra sete mil novas empresas durante a pandemia

Número é duas vezes maior do que a quantidade de empresas que encerraram atividades durante o período| Foto: Reprodução

Postado em: 22-07-2020 às 10h00
Por: Redação
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Número é duas vezes maior do que a quantidade de empresas que encerraram atividades durante o período| Foto: Reprodução

Manoela Messias e Eduardo Marques

Entre os dias 20 de março de 2020, quando foi decretado estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional em decorrência da pandemia de Covid-19, até o dia 17 de julho, foram criadas 7.153 empresas de pequeno, médio e grande porte no Estado de Goiás. Os dados são da Junta Comercial (Juceg). O número é quase duas vezes maior que a quantidade de empreendimentos comerciais que encerraram suas atividades neste intervalo de tempo.

No mesmo período, foram 3.806 empresas que fecharam as portas definitivamente. O mês de maio foi quando se intensificou os efeitos da crise econômica causada pelo novo Coronavírus, com fechamento de 1.066 empresas. Em contrapartida, no mesmo mês, foram abertas 1.834 em território goiano.

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Em junho de 2020, mais de 2,1 mil empresas se juntaram aos empreendimentos comerciais do Estado, enquanto 979 deixaram de existir. Um saldo positivo de mais de 1,1mil. Para Euclides Barbo, presidente Juceg, a pandemia não atacou de forma grave o agronegócio, que é a força motriz de Goiás.

“O comércio e a prestação de serviço giram em torno desse agronegócio”, afirma. Segundo ele, os fechamentos são expressivos, porém as aberturas trazem maior relevância ao cenário, especialmente com relação à quantidade de grandes empresas que surgiram no mercado. Foram 323 novas empresas acima de 500 mil reais de capital. “Estamos acima da média dos últimos cinco anos, que é de 10,6 mil. Só entre janeiro e junho em, Goiás abriram 11,5 mil empresas, o que é ótimo para acreditarmos numa retomada pós-pandemia”, diz.

Entre os segmentos que mais se despontam no levantamento estão o de contabilidade, auditorias e ajuda financeira, ou seja, daquelas empresas que ajudam outras empresas. Para Euclides, os números poderiam ser mais otimistas caso não houvesse a pandemia, mas o atual cenário já renova as expectativas para que a economia retome com força total após o período crítico.

“Tem muita gente economizando por não saber como será daqui pra frente, mas quando tudo isso acabar essas mesmas pessoas terão respaldo financeiro para fazer com que a economia volte a girar. O comércio da Rua 44, por exemplo: é só dar chance que ele explode de um mês para o outro, o mesmo acontece com os shoppings. Quando abrir a prestação de serviço o comércio vai entrar junto e o crescimento vai ser muito rápido”, acredita.

Primeiro semestre 

Mesmo com os impactos da pandemia do Coronavírus (Covid-19), Goiás termina o primeiro semestre de 2020 com saldo positivo na criação de novos negócios. Até o final do mês passado, o Estado registrou a abertura de 11.515 empresas.

Apesar de quase quatro mil empresas terem fechado as portas durante a pandemia, o saldo positivo do primeiro semestre é semelhante ao de 2019 (11.687) e acima da média registrada nos últimos cinco anos (10.664). O período estimado é de janeiro a junho.

Siqueira credita os bons resultados à situação favorável do agronegócio, que influencia todos os outros segmentos e a criação de novos empreendimentos.

O presidente da Juceg destaca que a decretação da situação de emergência na saúde pública e a suspensão de determinadas atividades econômicas não frearam o crescimento de Goiás. “Temos números muito mais satisfatórios do que em anos atrás”, acrescentou.

No balanço entre as inscrições no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e as baixas, o saldo é positivo: em 5.187 negócios. Foram 11.515 empresas criadas e 6.328 fechadas. E há um dado bem expressivo nesses números. “Muita gente fala que só se está abrindo micro e pequenas empresas, mas de janeiro a junho deste ano, 323 instituições abriram com um capital acima de R$ 500 mil”, citou.

Na interpretação de Siqueira, o governador Ronaldo Caiado continua cumprindo seu compromisso de transformar Goiás num Estado melhor para se empreender. “A austeridade do governador nas medidas contra o Coronavírus se mostrou eficaz, e permitiu que passássemos por esse momento de pandemia com o mínimo de impacto nas atividades econômicas”, defendeu. Entre os novos negócios criados se destacam os com atuação em assessoria, que são empresas com serviços de contabilidade, auditoria e administração.

O que faz Goiás sobressair diante desse quadro, aponta o presidente da Juceg, é que o Estado é eminentemente agrícola. Ou seja, esse motor forte da economia gera alimentos e muita exportação, já que há um mercado consumidor muito grande no Brasil e fora do País. “Isso gera recurso que movimenta a economia e influencia outros segmentos, como o comércio e a prestação de serviço, por exemplo. Tudo trabalha em torno de uma boa safra. O agro indo bem movimenta bem todos os outros setores em geral”, ressaltou. Empresas do ramo farmacêutico, instaladas no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), também tem influência no resultado.

Para ele, o goiano continua empreendendo e se superando em meio às dificuldades impostas pelo Coronavírus. “Temos empreendedores bastante criativos. Se não dá certo de um lado, ele se reinventa, mas continua a empreender em Goiás”, frisou. Segundo o dirigente, esse período complicado vai deixar ensinamentos e experiência que vão fazer o empreendedor mais forte. “É na hora da dificuldade que você sobressai e é isso que está acontecendo. Está sendo possível evoluir e crescer. Se você tem dificuldade, se transforma e a supera.” 

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