Lares brasileiros consomem menos chocolate na pandemia de Covid-19

Porém, número de consumidores permanece o mesmo do ano passado, segundo Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas | Foto: Reprodução.

Postado em: 31-08-2020 às 15h45
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Lares brasileiros consomem menos chocolate na pandemia de Covid-19
Porém, número de consumidores permanece o mesmo do ano passado, segundo Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas | Foto: Reprodução.

O volume médio de chocolate
consumido por domicílio no Brasil atingiu 3,8 quilogramas no primeiro semestre
deste ano, queda de 11,8% em relação aos seis primeiros meses do ano anterior,
em decorrência da redução do consumo fora do lar, provocada pela pandemia do
novo Coronavírus.

A retração já era esperada pelo
presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e
Balas (Abicab), Ubiracy Fonsêca, porque vários pontos de venda, como
restaurantes e hotéis, estavam fechados em função do isolamento social
decretado pelas autoridades, e a área de eventos ainda não retomou as
atividades.

Com isso, a produção de
chocolates de janeiro a junho deste ano, de 216 mil toneladas, foi 22% menor em
relação ao mesmo período de 2019. Para o presidente da Abicab, o panorama já se
mostra melhor em agosto e a perspectiva é que a demanda será maior a partir de
setembro, porque muitos clientes estão refazendo suas compras. Isso reforça a
tendência de o consumo ir gradualmente voltando ao patamar normal.

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O presidente da Abicab relatou
que as indústrias tiveram que se adequar à diminuição da demanda durante a
pandemia. Promoveram ajustes na produção, reduziram a jornada de trabalho,
liberaram pessoas em férias, entre outras medidas. “Cada uma, de acordo com as
suas condições, adequou. Mas o importante é que as empresas mantiveram os
empregos, mantiveram a produção ativa e o abastecimento dos canais de venda,
como os supermercados, que estavam disponíveis”. Ubiracy Fonsêca acentuou que o
setor se manteve ativo em um momento de crise. “Não parou. Continuou
trabalhando, de acordo com a demanda menor”.

Apesar de a quantidade de chocolate
consumido ter caído, o número de pessoas que comem chocolates se manteve no
mesmo patamar do ano passado para o período, 73% da população, de acordo com
pesquisa feita pelo Instituto Kantar para a Abicab. “Isso mostra que o
consumidor brasileiro ama chocolate. Todos nós gostamos de consumir chocolate”,
disse Fonsêca à Agência Brasil. As informações se referem a produtos regulares,
como tabletes e bombons.

O presidente da Abicab considerou
o patamar de penetração de 73% elevado durante a pandemia, em relação a outros
segmentos econômicos. “Ficamos satisfeitos em termos apostado que a economia
estaria retomando, embora não se ache na sua plenitude. Mostra também a força
do nosso produto”.

Retomada gradual

Não foi registrada também
alteração na quantidade de vezes que o consumidor foi ao ponto de venda para
comprar chocolate no semestre analisado, da ordem de 4,4 vezes. Ubiracy Fonsêca
avaliou que o hábito de consumo se mantém, o que é importante para a retomada.
Ele diz acreditar que até o final do ano os números serão melhores, tendo em
vista que os shoppings retomaram o funcionamento e os bares, lanchonetes e
restaurantes também reabriram as portas. “Gradualmente, estamos voltando à
normalidade”.

Os supermercados continuaram
liderando as vendas no primeiro semestre, com 36,6% do volume. “Os
supermercados sempre foram um dos principais canais de venda do setor”. O
chocolate é muito vendido nesses estabelecimentos, que permaneceram ativos e
funcionando durante a pandemia. “Isso se mantém”. O crescimento foi puxado, em
especial, pelo pequeno varejo.

Perfil dos compradores

Quem comprou mais no primeiro
semestre continuou sendo o consumidor das classes econômicas A e B, que
concentram 30% do total das vendas. “Normalmente, as pessoas das classes A e B
são os maiores consumidores, porque têm maior poder aquisitivo, sofrem menos
com a questão de redução da jornada de trabalho, desemprego”, disse Fonsêca.

Os maiores compradores de
chocolate são adultos, têm acima de 40 anos de idade (63%) e moram em lares com
filhos, sendo 28% monoparentais (quando apenas um dos pais se responsabiliza
pela criança) e 38% casais com crianças ou pré-adolescentes. Prioridade para as
embalagens maiores que facilitam o compartilhamento dos chocolates dentro das
casas. (Agência Brasil)

 

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