Cerca de 1 milhão de pessoas voltam a procurar emprego, diz IBGE

Dados são da segunda semana de agosto; população fora da força de trabalho, que não estava trabalhando nem procurava emprego, atingiu 75,5 milhões de pessoas | Foto: Reprodução.

Postado em: 04-09-2020 às 14h47
Por: Nielton Soares
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Dados são da segunda semana de agosto; população fora da força de trabalho, que não estava trabalhando nem procurava emprego, atingiu 75,5 milhões de pessoas | Foto: Reprodução.

Cerca de 1 milhão de pessoas
voltaram a buscar trabalho na segunda semana de agosto (entre os dias 9 e 15),
de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Covid-19). De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
responsável pela pesquisa, esse é um reflexo das flexibilizações do isolamento
social.

A população fora da força de
trabalho, que não estava trabalhando nem procurava emprego, atingiu 75,5
milhões de pessoas – na primeira semana do mês eram 76,1 milhões.

Entre essas pessoas, cerca de
27,1 milhões – 35,9% da população fora da força de trabalho – relataram que
gostariam de trabalhar, um recuo ante a semana anterior quando o número era de
28,1 milhões (36,9%). O resultado da segunda semana de agosto é estável na
comparação à primeira semana da pesquisa, entre 3 a 9 de maio, quando 27,1
milhões (35,5%) disseram que gostariam de trabalhar.

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Ainda de acordo com o IBGE, a
pandemia ou a falta de trabalho no local onde vivem foram os motivos para que
17,7 milhões dessas pessoas que gostariam de trabalhar não chegassem a procurar
emprego – uma queda em relação à semana anterior, quando esse número tinha
chegado a 18,3 milhões.

Ocupada

A população ocupada do país foi
estimada em 82,1 milhões na segunda semana de agosto, o que mostra estabilidade
em relação ao período anterior, quando eram 81,6 milhões de pessoas. O número,
entretanto, é menor que o registrado na primeira semana da pesquisa, de 3 a 9
de maio, quando 83,9 milhões de pessoas estavam ocupadas.

Segundo a pesquisa, a população
ocupada e não afastada do trabalho ficou em 75,1 milhões de pessoas, uma
estabilidade se comparado à semana anterior (74,7 milhões) e um crescimento na
comparação com a semana de 3 a 9 de maio (63,9 milhões).

Nesse grupo, 8,3 milhões (11,1%
da população ocupada e não afastada) trabalhavam remotamente – estabilidade
ante a semana anterior em que havia 8,6 milhões (11,5%) em homeoffice.

O nível de ocupação alcançou
48,2% e ficou estável frente a semana anterior (47,9%), mas em queda na
comparação com a semana de 3 a 9 de maio (49,4%).

Desocupada

A Pnad Covid-19 indicou que a
população desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas, pouca diferença em
relação à semana anterior (12,6 milhões de pessoas). Apesar disso, foi maior
que a da primeira semana da pesquisa (9,8 milhões).

Entre 9 e 15 de agosto, a taxa de
desocupação ficou em 13,6% mostrando estabilidade se comparada à semana
anterior (13,3%), mas registrando alta em relação à primeira semana de maio
(10,5%).

Para a coordenadora da pesquisa,
Maria Lúcia Vieira, embora pouco significativo, houve um leve aumento tanto na
população ocupada, como na desocupada e uma discreta diminuição da população
fora da força de trabalho, o que representa, além da retomada das atividades
econômicas, uma recuperação do emprego.

“Mostrando sinais de recuperação
do mercado de trabalho, principalmente, quando a gente olha a população fora da
força de trabalho, que também teve uma variação não significativa, mas negativa
desse contingente”, comentou.

Informalidade

Os dados de informalidade também
mostraram recuperação. Mesmo estatisticamente estável, o total de pessoas que
estava trabalhando de forma informal (28 milhões) foi pouco acima do registrado
na semana anterior (27,9 milhões). Com isso, a taxa de informalidade ficou em
34,1%. No início de maio, eram 30 milhões de trabalhadores informais, que são
os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem
carteira e trabalhadores que não contribuem para o INSS.

“O trabalho informal, desde o
início da pesquisa, vinha caindo e agora nas últimas duas, três semanas ele vem
apresentando variações positivas”, afirmou.

Isolamento

As pessoas que estavam afastadas
do trabalho por causa do isolamento social somaram 4,3 milhões na segunda
semana de agosto, ficando estável. No entanto, aumentou para 2,7 milhões o
grupo que estava distante do trabalho por outro motivo, como
licença-maternidade ou doença.

Estudantes

A pesquisa apurou ainda que,
entre os 45,8 milhões de estudantes que frequentavam escolas ou universidades,
36,8 milhões (80,3%) tiveram atividades escolares na segunda semana de agosto.
O número é uma alta de 1,6 milhão em relação à semana anterior. No período,
16,6% não tiveram atividade escolar e 3% estavam de férias.

Esta é a primeira edição semanal
da pesquisa em que são divulgados os dados sobre a frequência e realização de
atividades por estudantes matriculados em escolas e universidades e o
comportamento da população sobre o distanciamento social adotado para evitar o
contágio pelo coronavírus. Essas informações já compõem a versão mensal da
pesquisa.

Nas grandes regiões, a Norte teve
o menor percentual de estudantes com atividades escolares (56,2%). Outros 39%
ficaram sem atividades, o que corresponde a 1,8 milhão de estudantes. A Região
Nordeste registrou 73,8% de alunos com atividades remotas, o Centro-Oeste,
85,8%; a Sudeste, 86,6%; e a Sul, 92,1%.

Entre 9 e 15 de agosto, 24,3
milhões de estudantes (66%) tiveram atividades escolares durante cinco dias da
semana. O total é 1,6 milhão maior do que o da semana anterior. Na Região
Norte, o percentual ficou em 54,5%; no Sul, 63,7% ; no Nordeste, 65,3% ; no
Centro-Oeste, 68,1% e no Sudeste, 68,8%.

Saúde

Na segunda semana de agosto, 12
milhões de pessoas se queixaram de algum dos sintomas de síndrome gripal – uma
queda em relação à semana anterior (13 milhões) e à primeira semana da pesquisa
(26,8 milhões).

A dor de cabeça foi a queixa mais
recorrente (5,4 milhões), seguida por nariz entupido ou escorrendo (4,8
milhões), tosse (4,3 milhões), dor de garganta (3,2 milhões), dor muscular (2,9
milhões), fadiga (2,1 milhões), perda de cheiro ou de sabor (1,3 milhão),
dificuldade de respirar (1,3 milhão) e dor nos olhos (1,1 milhão).

Atendimento

Entre os 12 milhões que relataram
sintomas, 2,7 milhões procuraram atendimento em hospitais da rede pública. Na
semana anterior eram 3,2 milhões (24,3%).

A maioria (45,8%) relatou ter
buscado atendimento médico em postos do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto
22,1% foram para prontos-socorros. A procura por atendimento em ambulatório ou
consultório privado ou ligado às Forças Armadas somou 11,3%. O restante foi
para hospitais privados (9,3%) ou prontos-socorros privados (3,7%). Cerca de
116 mil pessoas com sintomas precisaram ficar internadas.

Ainda na segunda semana, 77,1%
não procuraram nenhum estabelecimento de saúde. Cerca de 60,5% disseram ter
tomado remédio por conta própria, enquanto 11,7% tomaram medicamento com
orientação médica. A pesquisa mostrou também que 4,1% ligaram para algum
profissional de saúde e 2,7% receberam visita de algum profissional de saúde do
SUS.

Contágio

Segundo a pesquisa, 4,4 milhões
de pessoas (2,1% dos 211,2 milhões da população brasileira) não tomaram nenhuma
medida para evitar o contágio pelo novo coronavírus, na segunda semana de
agosto – registro de estabilidade em relação ao período anterior.

Houve estabilidade também na
população que ficou rigorosamente em casa: 44,4 milhões de pessoas (21%). Já o
grupo que reduziu o contato, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas
aumentou em 2,9 milhões, totalizando 74,5 milhões de pessoas. Quem ficou em
casa e só saiu por necessidade básica caiu para 86,4 milhões (40,9%) – na
primeira semana de agosto eram 89,1 milhões (42,2% da população). (Agência Brasil)

 

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