Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Setor de seguros deve fechar nos 3% neste ano

Faturamento no ano passado foi R$ 270,1 bilhões, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras | Foto: Reprodução

Postado em: 14-11-2020 às 19h00
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Setor de seguros deve fechar nos 3% neste ano
Faturamento no ano passado foi R$ 270,1 bilhões, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras | Foto: Reprodução

Nielton Soares

O presidente da Confederação Nacional das Empresas
de Seguros Gerais, Previdência Privada, Vida, Saúde Suplementar e Capitalização
(CNseg), Marcio Coriolano, estima que o mercado de seguros no Brasil irá fechar
com alta de até 3%, neste ano. A porcentagem é tímida se comparada ao
crescimento de 2019, em relação ao ano anterior. No período, o setor obteve
aumento de 12,1%. Ao ser descontada a inflação o aumento real foi de 8,1%. E, o
volume financeiro alcançou a marca de R$ 270,1 bilhões. Os dados são da
Confederação Nacional das Seguradoras (CNSEG).

Mas para este ano marcado pela pandemia do novo
Coronavírus e incertezas econômicas, o percentual positivo já registrado é
motivo para ser comemorado. Uma vez que neste ano, o mês de setembro foi
fundamental para contribuir na arrecadação geral. Isso porque, o mercado de
seguro registrava até agosto uma queda anual de 0,8%.

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Já no acumulado dos dez meses, as receitas das
seguradoras alcançaram os R$ 197,783 bilhões – desconsiderando o seguro DPVAT.
Anteriormente, o volume total foi de R$ 196,653 bilhões até o nono mês, de
acordo com dados da entidade. Com isso, a produção agora cresce 0,6% no ano
quando comparada aos nove meses de 2019. O avanço tende a aumentar, pois no
último trimestre a alta de arrecadação vista a partir de julho deve disparar.

Para se ter ideia, apenas em setembro, as seguradoras
somaram receitas de R$ 24,4 bilhões, o que representa uma alta de 11,92% em
relação à igual período de 2019. Assim, o resultado se consolida como melhor
crescimento progressivo. Já nos meses de julho e agosto, os avanços financeiros
registraram altas de 4,3% e 7,3%, respectivamente.

No último mês do terceiro trimestre, o ramo de
maior crescimento foi o seguro de crédito e garantia, que teve alta de 308,7%.
Em seguida aparecem responsabilidade civil, com subida de 56,09%, e grandes
riscos com avanço de 39,97% em prêmios emitidos. Outro destaque do mês ficou
com o prestamista – elevação de 33,15%. Assim também, os ramos tradicionais,
como auto e vida, obtiveram crescimento. Esses produtos registraram altas de
4,32% e 18,69%, respectivamente, em setembro.

Por outro lado, o seguro viagem ficou no negativo.
Isso devido, ao isolamento social como medida regida para evitar a propagação
da Covid-19. Para se ter ideia, em setembro essa modalidade despencou 81,39%,
ante o mesmo mês do ano passado. Já a proteção aeronáutica teve a segunda maior
retração, registrando recuou de 54,07%.

Acumulado

Nos noves meses deste ano, os desempenhos positivos
ficaram por conta dos produtos civil D&O (“directors and officers”). Esse
segmento do mercado atingiu o recorde de 59,65%. A contratação rural cresceu
30,14%, marítimos e aeronáuticos subiram 30,07%; e os considerados de grandes
riscos alcançaram 28,04%.

Já os ramos de vida, prestamista, auto e
residencial tiveram desempenhos mistos nesse período. Respectivamente, os dois
primeiros segmentos de seguro ficaram com 11,69% e 3,62%. Produtos voltados
para casa e apartamento registraram elevação um pouco melhor: 2,76%. No
entanto, as coberturas para veículos despencaram (-4,09%).

A contratação de prêmios aparece com quedas
expressivas quando é feita a comparação no acumulado de três trimestres. Com
isso, por exemplo, o ramo de viagem caiu (-56,28%). A garantia estendia
(-14,99%) e riscos de engenharia (-9,64%). Nesse contexto, os planos de
previdência privada se mantiveram no vermelho nos nove meses pesquisados. A
queda foi de 1,57%, sendo puxado por arrecadação baixa do VGBL (-2,08%), neste
ano até setembro, em relação aos mesmos nove meses de 2019.

Para Coriolano, alguns ramos tradicionais não terão
fôlego para se recuperarem neste ano, se comparado a 2019. “Ainda que exista
uma recuperação nas vendas e fabricação, a indústria de veículos não voltou
ainda ao mesmo ritmo de antes da pandemia”, pontua. (Especial para O Hoje)


 

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