Isolamento social cai e não reflete movimento para pequenos negócios

Venda online se consolida como estratégia de microempreendedores | Foto: Reprodução

Postado em: 03-12-2020 às 08h35
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Isolamento social cai e não reflete movimento para pequenos negócios
Venda online se consolida como estratégia de microempreendedores | Foto: Reprodução

Mesmo após a redução do isolamento social no país, com a reabertura da
maioria das atividades econômicas, o movimento observado por
microempreendedores ainda é consideravelmente menor do que no período pré-pandemia.
É o que mostra uma nova pesquisa da SumUp, instituição financeira que presta
serviços de maquininha de cartão para pequenos negócios. A quarta rodada da
pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 16 de novembro, com 1.500 clientes da
empresa em todo o país, para entender o impacto da covid-19 na atual fase da
pandemia.

Os números mostram que 58% dos pequenos negócios que estão reabertos
dizem que o movimento ainda é inferior ao início do ano. Entre os que mantêm
pontos de venda fechados, 90% informam baixo movimento nos negócios. 

Proprietário de uma tapeçaria em Ferraz de Vasconcelos, município da
região metropolitana de São Paulo, Rubens Rodrigues de Souza afirma que os
primeiros meses da pandemia foram aquecidos, principalmente, por causa dos efeitos
do auxílio emergencial de R$ 600 e com o comércio fechado por decisão das
autoridades. Porém, não demorou muito para que as vendas caíssem.

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“Quando começou o ano, o comércio estava devagar, mas entrou a
pandemia, aqueceu o comércio, por causa do auxílio emergencial, creio. Foram os
dois meses em que prestadores de serviço tinham bastante trabalho. Mas, depois,
começou a cair e estamos chegando ao fim do ano com movimento abaixo do
anterior”, relata. O microempreendedor também foi um dos que recorreram ao
auxílio emergencial do governo. Agora, no entanto, ele demonstra certo
pessimismo para os próximos meses.

“Eu estou muito pessimista, principalmente com o começo do ano,
acho que vai cair ainda mais o movimento. Tem a ameaça dessa nova onda, e pode
ter restrições no comércio. Além disso, já não vai ter auxílio, o que piora as
condições”, argumenta. Trabalhando com reforma de estofados, Rubens
Rodrigues também já percebe a falta de matérias-primas básicas para o seu
trabalho. “Está faltando espuma no mercado, e o preço já subiu mais de
100%”. Insumos como madeira, papelão e tecidos, esse último muito
importado da China, também tiveram oferta reduzida, relato o microempresário.

Em seu levantamento, a pesquisa da SumUp mostra que 37% dos donos de
pequenos negócios acreditam quem o movimento vai melhorar com a proximidade do
natal. Outros 10% acreditam que o movimento vai aumentar muito e 24% demonstram
pessimismo e preveem queda nas vendas.

Para a pequena empresária Bruna Schnorr, dona de uma agência de turismo
em Brodosqui, no interior paulista, o movimento ainda é 70% menor do que o
período pré-pandemia, mas há uma expectativa de melhora para os próximos meses.
“Já estivemos pior na nossa área de turismo, que foi extremamente afetada
pela pandemia, mas hoje eu acredito que a expectativa é bem melhor, digamos que
estou uns 60% otimista”, afirmou.

Venda online consolidada

Outro ponto nessa rodada de pesquisa da SumUp é a consolidação da venda
online como uma das principais estratégias de negócios. O setor teve adesão de
quase 100% dos empreendedores, que formam a base de clientes da empresa. Esse
movimento de adoção da venda online tem sido progressivo e já foi observado
desde o início da pandemia.

“Tenho trabalhado bastante com vendas online, o que não fazíamos
tanto antes do início da pandemia”, reconhece Bruna. Entre os novos
serviços oferecidos pela empreendedora, está o atendimento personalizado em
casa, tendo como principais canais as redes sociais. “É uma ferramenta que
veio para ficar, embora um pouco a contragosto no meu caso, porque sempre
preferi o atendimento mais presencial. Porém, se não fossem as mídias sociais e
as vendas online, eu não teria podido manter meu negócio, que chegou a ficar
mais de dois meses e meio fechado”. (ABr)

 

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