Aumenta número de brasileiros com dívidas em 2020, cita CNC

Entende informa que crédito deve ganhar força para a retomada da encomia neste ano | Foto: Reprodução

Postado em: 06-01-2021 às 12h40
Por: Nielton Soares
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Entende informa que crédito deve ganhar força para a retomada da encomia neste ano | Foto: Reprodução

Após três reduções seguidas, o
número de brasileiros com dívidas voltou a subir no último mês de 2020,
informou nesta quarta-feira (6/1) a Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC). A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do
Consumidor (Peic) de dezembro apontou que 66,3% dos consumidores estão
endividados, uma alta de 0,3 ponto percentual com relação a novembro. No
comparativo anual, o indicador registrou aumento de 0,7 ponto percentual.

Para o presidente da CNC, José
Roberto Tadros, o crédito deve ganhar destaque na retomada da economia em 2021.
“É importante não somente seguir ampliando o acesso aos recursos com custos
mais baixos, mas também alongar os prazos de pagamento das dívidas para mitigar
o risco da inadimplência no sistema financeiro”, disse, em nota, Tadros,
ressaltando que grande parte do crédito ofertado durante a pandemia de covid-19
foi concedido com carência nos pagamentos e deve começar a vencer no início
deste ano.

Em relação à renda, as
trajetórias do endividamento passaram a apresentar tendências semelhantes em
dezembro. Entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, o percentual
subiu para 67,7% do total, após três reduções consecutivas. Para as famílias
com renda acima de dez salários, o indicador aumentou para 60%.

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Segundo a economista da CNC
responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, com o fim do auxílio emergencial, em
janeiro as famílias de menor renda que recebiam o benefício precisam adotar
maior rigor na organização dos orçamentos domésticos. “O crédito pode voltar a
funcionar como ferramenta de recomposição da renda, ainda no contexto de
incertezas sobre a evolução do mercado de trabalho”, afirmou Izis.

Inadimplência em queda

Apesar da alta do endividamento,
os consumidores continuam conseguindo quitar débitos e compromissos
financeiros. O total de famílias com dívidas ou contas em atraso apresentou a
quarta redução consecutiva, caindo de 25,7%, em novembro, para 25,2%, em
dezembro. Em comparação com igual mês de 2019, a proporção cresceu 0,7 ponto
percentual.

Segundo a CNC, a parcela das
famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em
atraso e que, portanto, permanecerão inadimplentes teve nova retração, passando
de 11,5% para 11,2%. Em dezembro de 2019, o indicador havia alcançado 10%.

Com relação aos tipos de dívida,
a proporção de brasileiros que utilizam o cartão de crédito voltou a crescer,
alcançando 79,4% das famílias – a maior taxa desde janeiro de 2020 –
mantendo-se como a principal modalidade de endividamento. Além do cartão de
crédito, o cheque especial também aumentou a sua participação entre as famílias
endividadas. “Ambas são modalidades associadas ao consumo imediato e de curto e
médio prazos”, disse Izis. (ABr)

 

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