MPT avalia danos sociais pelo fechamento das fábricas Ford no país

Montadora anunciou na segunda-feira encerramento de atividades no país, mais de setenta mil empregos serão afetados com a decisão | Foto: reprodução

Postado em: 14-01-2021 às 17h30
Por: Carlos Nathan Sampaio
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Montadora anunciou na segunda-feira encerramento de atividades no país, mais de setenta mil empregos serão afetados com a decisão | Foto: reprodução

Da Redação

O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu três inquéritos civis que avaliam os danos sociais do fechamento das fábricas da Ford no Brasil. Nesta semana, a montadora anunciou o encerramento das atividades das unidades de Taubaté (SP) Camaçari (BA) e Horizonte (CE). 

O Ministério Público do Trabalho (MPT), convocou hoje (14/1), uma reunião com representantes do Ministério da Economia e da Ford para abrir diálogo e coletar informações sobre o fechamento das fábricas. Segundo o Ministério Público, participaram o secretário especial da Previdência e Trabalho, Bruno Bianco Leal, e o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, além do diretor jurídico, Luís Cláudio Casanova, e do gerente de Relações Governamentais da Ford, Eduardo Freitas.

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A audiência foi conduzida pelo procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro, e contou com a participação das tês procuradoras do Trabalho que conduzem os inquéritos: Flávia Vilas Boas de Moura, Valdenice Amália Furtado e Celeste Maria Ramos Marques Medeiros.

Os procuradores preocupam-se não só com a situação dos empregados das fábricas fechadas, mas com toda a cadeia produtiva de fornecedores que vai sofrer os impactos das mudanças.

Em nota divulgada na segunda-feira (11), a Ford citou os impactos da crise gerada pela pandemia do novo Coronavírus para justificar a decisão de fechar suas unidades no país. “A pandemia global da covid-19 ampliou os desafios do negócio, com persistente capacidade ociosa da indústria e redução das vendas na América do Sul, especialmente no Brasil”.

O MPT informou que os representantes da empresa mantiveram essa argumentação durante a audiência e se comprometeram a enviar os dados solicitados pelos procuradores e pelo governo federal. 

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari (STIM), onde se concentra a maior parte da produção e dos postos de trabalho da empresa no país, apenas na cidade, setenta e dois mil empregados serão afetados pela decisão da montadora. 

Nos números da Ford, a empresa conta com pouco mais de seis mil trabalhadores no país. Com o fechamento das fábricas, cerca de cinco mil perderão o emprego. O STIM afirma também que a marca não faz a contagem dos trabalhadores e de fornecedores ligados diretamente à montadora em Camaçari, e que por essa razão, os números são muito maiores. 

A empresa deve concentrar agora a produção de veículos na América do Sul nas fábricas da Argentina e do Uruguai. Serão mantidos, entretanto, a sede administrativa para a América do Sul em São Paulo, o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, e o Campo de Provas, em Tatuí (SP).

Com informações da Agência Brasil

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