Mesmo com pandemia, Brasil registra recorde na abertura de MEI

Em 2020, mais de 2,6 milhões de novos microempreendedores individuais foram criados | Foto: Reprodução

Postado em: 03-02-2021 às 10h15
Por: Redação
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Em 2020, mais de 2,6 milhões de novos microempreendedores individuais foram criados | Foto: Reprodução

Luan
Monteiro

De acordo com
levantamento feito pelo Sebrae com dados da Receita Federal, em 2020 foram registrados
2,6 milhões de novos registros de Microempreendedor Individual (MEI). O número
é o maior registado nos últimos cinco anos. Atualmente, o Brasil conta com mais
de 11,3 milhões de MEI ativos. A procura pela formalização por meio do continua
em ritmo de crescimento no país, mesmo diante das dificuldades impostas pela
pandemia da Covid-19.

Os setores de
Comércio Varejista de Vestuário e Acessórios (180 mil); Promoção de Vendas (140
mil); Cabeleireiros, Manicure e Pedicure (131 mil); Fornecimento de Alimentos
para Consumo Domiciliar (106 mil) e Obras de Alvenaria (105 mil) seguiram, a comparação
com 2019, liderando o ranking de atividades com o maior número de MEI criados.
Apesar disso, uma análise comparativa mais aprofundada entre os dois anos mostra
novidades.

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Segundo o
presidente do Sebrae, Carlos Melles, houve uma mudança de perfil dos MEI entre
as atividades econômicas mais procuradas. “O setor de cabeleireiros, manicure e
pedicure, por exemplo, que em 2019 estava no topo com o maior número de MEI
abertos, teve uma queda de quase 20% no ano passado. Essa mudança, com certeza,
está diretamente relacionada aos impactos provocados pela pandemia do novo
coronavírus”, analisa.

Outra
alteração nesse cenário foi o aumento de quase 15% do número de novos MEI no
setor varejista de vestuário e acessórios, que superou a marca de 180 mil novos
registros em 2020. Entretanto, o maior crescimento do número de novos MEI foi
identificado nas áreas de Transportes (86%), Restaurantes e Similares (59%),
Fornecimento de Alimentos para Consumo Domiciliar (48%) e Comércio Varejista de
Bebidas (41%).

Em Goiás, o
empresário Pedro Amorim abriu um estúdio de crossfit como microempreendedor
individual. Para ele, ter os benefícios do MEI são importantes, além de ser
fácil de se criar. “Escolhi ser MEI tanto pela facilidade de abrir a empresa quanto
pelos benefícios que se tem tanto para o mim, quanto para meus funcionários.
Tenho facilidade para pagar meus impostos, e caso precise, consigo ser amparado
pelo programas que o MEI oferece”, contou.

Para o
analista de gestão estratégica do Sebrae, Tomaz Carrijo, o cenário de
crescimento dos MEI no ano passado no país vai ao encontro das projeções da
Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), considerado o maior estudo
contínuo sobre o empreendedorismo no mundo, realizado no Brasil com a
colaboração do Sebrae. O levantamento divulgado no ano passado indicava que o
país deveria alcançar o recorde histórico de empreendedorismo com cerca de 25%
da população adulta envolvida em um novo negócio ou com uma empresa com até 3,5
anos de atividade. “Uma a análise da evolução das taxas de empreendedorismo no
país nos últimos 20 anos mostra que, em tempos de recessão econômica, é comum
que os brasileiros recorram ao empreendedorismo por necessidade, como
alternativa de ocupação e renda. Isso já ocorreu em períodos anteriores”,
comenta Tomaz.

“Estamos
vivendo um momento de crise sem precedentes e sabemos como isso tem exigido um
esforço ainda maior dos brasileiros que já são donos de pequenos negócios ou
que buscam a formalização com uma saída para enfrentar os problemas. O aumento
no número de MEI mostra o quanto essa figura jurídica tem se tornado peça
fundamental para a economia brasileira ao longo dos últimos 10 anos”, destacou
o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Geração de
empregos

Mesmo durante a pandemia
causada pelo novo coronavírus, as Micro e Pequenas Empresas geraram cerca de
293,2 mil novos empregos em 2020. Segundo o
Sebrae, em dezembro, as micro e pequenas empresas foram o motor da geração de
empregos no Brasil pela sexta vez seguida.

 Apesar da pandemia, os pequenos negócios, somados, criaram 22.731 postos
de trabalho no período. Segundo o Sebrae, os pequenos negócios foram os únicos
a gerar empregos nesse último mês do ano, uma vez que as médias e grandes
empresas mais demitiram do que contrataram no período. Como resultado, o Brasil
perdeu 67,9 mil empregos em dezembro, mês importante para o comércio por conta
das festas de fim de ano. (Especial para O Hoje)

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